Cairo, 27 jan (EFE).- A Bolsa do Egito despencou nesta quinta-feira 10,52% em seu principal indicador, o EGX 30, uma tendência que vinha sendo registrada desde o dia anterior e que é consequência dos protestos que explodiram no país.
Ao fim da sessão, o índice seletivo terminou com 5.646,50 pontos, com um prejuízo acumulado de 20,94% neste ano. Na quarta-feira, o mesmo indicador caiu 6,14%.
A queda aconteceu apesar da interrupção de 30 minutos feita nesta quinta-feira por conta das fortes quedas que estavam sendo observadas, mas quando os negócios foram retomados, a tendência foi mantida.
Embora a Bolsa do Egito não seja o principal mercado do Oriente Médio e tenha um volume de operações menor do que as bolsas dos países do Golfo, a evolução desta quinta-feira reflete as preocupações do mercado.
Esta foi a primeira vez que as sessões foram suspensas por conta das baixas desde 17 de outubro de 2008, quando a Bolsa do Cairo sofreu o impacto da crise financeira internacional.
Em declarações à edição digital do jornal estatal "Al Ahmra", Walaa Hazem, da empresa financeira HC, defendeu que a suspensão não foi uma medida foi acertada. "A única coisa que conseguiu foi arrastar o índice mais para baixo", acrescentou.
As fortes quedas aconteceram em meio a rumores sobre a possível saída do país de importantes empresários. "Ninguém sabe realmente. A falta de certeza está levando o pânico ao mercado", acrescentou Hazem ao jornal.
O mesmo periódico ecoou as versões que indicam que um dos mais importantes empresários egípcios, Ahmez Ezz, também secretário-geral do governista Partido Nacional Democrático (PND), havia saído do país.
Um dia depois desses rumores, "Ezz não apareceu e não desmentiu a notícia", acrescentou o "Al Ahram".
Somado à queda da bolsa, a moeda local, a libra egípcia, se desvalorizava frente ao dólar e a moeda americana era cotada nesta quinta-feira a em torno de 5,84/5,86 libras, o índice mais alto em seis anos.
Desde a terça-feira, a capital egípcia e outros lugares do país vêm sendo palco de uma série de protestos políticos contra o regime de Hosni Mubarak. EFE