Rio de Janeiro, 1 out (EFE).- O Brasil obteve em setembro um
superávit comercial de R$ 1,093 bilhão apesar das importações
cresceram 41,3% frente às do mesmo mês do ano passado e atingiram
seu maior valor mensal desde janeiro de 2003, informou hoje o
Governo.
O superávit foi o menor nos últimos seis meses e em comparação
com setembro do ano passado diminuiu 16,5%, segundo os dados
divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
O superávit de setembro foi igualmente inferior, em 55,2%, ao de
agosto deste ano, que tinha sido de R$ 2,440 bilhões.
O saldo do mês passado foi resultado de exportações no valor de
US$ 18,833 bilhões e importações de US$ 17,740 bilhões.
Enquanto as exportações de setembro cresceram 35,9% frente às do
mesmo mês de 2009, as importações saltaram 41,3% frente ao período
comparado.
A balança comercial brasileira se deteriorou este ano
precisamente pelo forte aumento das importações, que crescem a um
ritmo superior ao das exportações.
Esse aumento das compras externas se deve tanto à forte
apreciação do real frente ao dólar, que reduziu o preço dos produtos
importados, como a recuperação da indústria nacional, que aumentou
suas compras no exterior de matérias-primas e de bens de capital.
O dólar caiu ontem para seu menor valor contra o real desde
setembro de 2008, quando o Brasil começou a sentir os efeitos da
crise mundial, e o Governo, apesar das compras diárias de divisas,
não conseguiu frear a valorização da moeda nacional, que mantém em
alerta os exportadores.
Com o resultado de setembro, o superávit comercial brasileiro
acumulado no ano chega a US$ 12,777 bilhões, 39,7% inferior ao dos
primeiros nove meses do ano passado.
As exportações até setembro somaram US$ 144,929 bilhões, 29,6%
mais que no mesmo período do ano passado, e as importações foram de
US$ 132,152 bilhões, 45,8% maiores que no período comparado.
Os economistas preveem que o possível crescimento de 7,3% da
economia brasileira este ano e a valorização do real podem causar
uma forte queda de superávit comercial, que em 2009 foi de US$
25,348 bilhões.
Os economistas dos bancos privados consultados na semana passada
pelo Banco Central calculavam que o superávit comercial do país
cairá para US$ 15 bilhões este ano e para US$ 9,950 bilhões em 2011.
EFE