Brasília, 9 mar (EFE).- O Governo Federal pediu nesta sexta-feira ao México que limite as exportações de veículos com destino ao mercado brasileiro a uma cota equivalente a US$ 1,4 bilhão para os próximos três anos, segundo confirmou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O pedido estava em uma carta enviada aos secretários mexicanos de Economia, Bruno Ferrari, e de Relações Exteriores, Patricia Espinosa, que lideram a equipe mexicana que renegocia o acordo bilateral, segundo informações da Agência Brasil.
No entanto, o Ministério evitou dar mais detalhes da carta e informou que só se pronunciará após receber uma resposta do governo mexicano.
Segundo dados oficiais, as importações de veículos do México aumentaram no ano passado em 40%, a mesma proporção em que caíram as exportações brasileiras de automóveis para esse país, o que gerou um déficit para o Brasil de quase US$ 1,7 bilhão nesse setor.
Em fevereiro, o Brasil pediu a revisão do Acordo de Complementação Econômica, em vigor desde 2003, que regula o comércio de automóveis entre ambos países.
Além dessa proposta, o governo da presidente Dilma Rousseff também levantou a possibilidade de ampliar esse acordo, até agora restrito a automóveis de passeio, caminhões e veículos pesados.
Além disso, o Brasil considerou que deveria ser revisada a taxa de 30% de conteúdo nacional exigida para o comércio de veículos, sob a presunção que os que chegam do México têm peças de outros países que excedem essa percentagem.
O México, por sua parte, admite que teve um grande superávit na balança setorial durante o último ano, mas ao mesmo tempo sustenta que desde a entrada em vigor do acordo, em 2003, acumula um déficit próximo aos US$ 10 bilhões.
No último dia 29 de fevereiro, ministros de ambos países se reuniram em Brasília para tratar o assunto, que foi retomado hoje na capital mexicana por negociadores. EFE