Por Daniel Trotta
HAVANA (Reuters) - A principal comissão de direitos humanos de Cuba acusou o governo nesta sexta-feira de ter 60 prisioneiros políticos, número que a entidade admite incluir rebeldes armados, sequestradores e espiões, assim como ativistas políticos pacíficos.
O governo comunista da ilha tem afirmado que não tem prisioneiros políticos e que seus opositores se equivocam ao considerar contrarrevolucionários armados e criminosos comuns como casos políticos.
Além dos 60 encarcerados, outros 11 ex-prisioneiros políticos estão soltos sob condicional e impedidos de deixar o país.
O relatório da Comissão Cubana de Direitos Humanos e de Reconciliação Nacional foi o primeiro desde que Cuba libertou 53 pessoas após as negociações então secretas com os Estados Unidos que levaram a uma reaproximação diplomática em dezembro.
Os norte-americanos consideravam estas 53 pessoas prisioneiros políticos, e sua soltura foi crucial para um acordo mais abrangente no qual os dois inimigos de longa data concordaram em reatar as relações diplomáticas e encerrar meio século de animosidade.
Estas e outras libertações ajudaram a reduzir o número de prisioneiros políticos listados pela comissão um ano atrás, quando chegava a 103, e atualmente a Anistia Internacional não reconhece nenhum "prisioneiro de consciência" em Cuba.