Bruxelas, 8 mar (EFE).- A Comissão Europeia afirmou nesta quinta-feira que reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) da aviação beneficia todo o mundo, apesar do temor expressado pela Airbus de que esta medida prejudique as vendas do grupo, especialmente na China.
Uma medida da União Europeia (UE), que entrou em vigor em janeiro, obriga o pagamento de cada tonelada de CO2 emitido nos voos. O executivo-chefe da Sociedade Europeia Aeroespacial e de Defesa (Eads, grupo que controla a Airbus), Louis Gallois, disse hoje que a taxação pode ter "uma possível repercussão industrial".
Para Gallois, a oposição da China a esse sistema pode prejudicar o aumento da produção de alguns dos modelos do grupo.
O porta-voz comunitário de Ação pelo Clima, Isaac Valero, não comentou sobre questões comerciais, mas afirmou que a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa é positiva.
"Não é do interesse de ninguém ter uma guerra comercial, como frequentemente lemos na imprensa, mas é do interesse de todo o mundo reduzir as emissões provocadas pela aviação".
Se a China decidir diminuir suas encomendas da Airbus, isto seria uma nova medida de represália contra a UE, que se somaria a decisão de Pequim de proibir que suas companhias aéreas paguem a taxa europeia.
Há algumas semanas, vários países opositores à medida europeia se reuniram em Moscou para debater a questão e a adoção de represálias contra a UE, mas nenhuma proposta concreta foi estabelecida.
Bruxelas insiste em negar que a taxa seja ilegal, posição que foi confirmada em dezembro do ano passado pelo Tribunal de Justiça da UE, mas por enquanto não convenceu seus membros a aceitá-la sem resistência.
A Comissão Europeia oferece aos países que não querem pagar a taxa que adotem medidas equivalentes para a redução das emissões -como está previsto na legislação comunitária-, mas por enquanto também não foram feitos avanços neste sentido. EFE