Por Anna Flávia Rochas
SÃO PAULO (Reuters) - A energia solar vendeu nesta sexta-feira energia de 1.048 MW de capacidade instalada de 31 novos projetos, no seu primeiro leilão público nacional em que não teve que disputar com outras fontes mais competitivas, num resultado acima do esperado.
Esses projetos vão injetar cerca de 889,7 MW na rede elétrica brasileira a partir de 2017, informaram a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O preço-médio da energia solar praticado no leilão ficou em 215,12 reais por megawatt-hora (MWh), deságio de 17,89 por cento frente ao preço teto de 262 reais permitido para a fonte. O total de energia vendida dessa fonte foi de 202,1 megawatts médios.
O mercado esperava que pelo menos 500 MW e no máximo 1.000 MW de energia solar fossem viabilizados no leilão, com baixo deságio, diante das incertezas em relação ao fornecimento de equipamentos nacionais e alta do dólar. O país só tem uma fábrica de módulos solares e alguns componentes das usinas são importados. Fabricantes internacionais aguardavam o resultado do leilão para definir se instalarão fábricas no país.
Os parques solares vencedores estão localizados nos Estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Goiás, Ceará, Paraíba. A Renova Energia está entre as vencedoras, vendendo 21,8 MW médios e 106,9 MW de capacidade instalada de energia a serem gerados por quatro parques solares na Bahia, informou a empresa.
A energia eólica vendeu 333,2 MW médios, no total de 769,1 MW de usinas. O preço médio foi de 142,34 reais por MWh, desconto de 1,15 por cento ante o preço teto permitido de 144 reais. A fonte vendeu energia de 31 projetos na Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí. A Renova também vendeu energia eólica de plantas na Bahia: foram 20,9 MW médios e 43,5 MW de capacidade instalada.
Termelétricas a biomassa de resíduos sólidos não venderam energia no leilão.
O leilão negociou 15,9 bilhões de reais em contratos de energia, que serão assinados por 20 anos. A energia precisa começar a ser entregue em outubro de 2017.