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Crise da dívida e "primavera árabe" marca fim da Presidência húngara da UE

Publicado 30.06.2011, 13:27

Budapeste, 30 jun (EFE).- A primeira Presidência húngara da União Europeia (UE) conclui nesta quinta-feira seu semestre de mandato, um período marcado pela crise da dívida na zona do euro, a emergência nuclear de Fukushima e a "primavera árabe".

Durante os primeiros seis meses deste ano, a Hungria ocupou pela primeira vez a Presidência rotativa da UE desde sua adesão em maio de 2004, e que foi exercida, pela primeira vez, dentro de um trio presidencial, junto com a Espanha e Bélgica.

A Presidência não começou bem para a Hungria, devido à polêmica lei da imprensa, que levantou fortes críticas em todo o continente e que foi aprovada pela maioria conservadora no Parlamento no final de dezembro do ano passado.

Quase todo o semestre esteve marcado pelos problemas econômicos que atingiu a Grécia, enquanto em abril, quando os ministros de Economia se reuniam em Gödöllö, sede da Presidência, ao leste de Budapeste, Lisboa solicitou ajuda financeira a seus membros da eurozona e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em relação à situação da Grécia, Portugal e Irlanda, a Presidência húngara propôs iniciar um pacote legislativo sobre "governança econômica", como estratégia dos 27 para prevenir futuras crises.

Embora não tenha conseguido aplicar esta prioridade na Presidência húngara, o secretário de Estado espanhol para a UE, Diego López Garrido, disse recentemente em declarações à Agência Efe que se alcançaram resultados, como por exemplo, a supervisão financeira e o "semestre europeu".

Através deste instrumento os Governos da UE terão que antecipar o envio a Bruxelas das principais linhas de seus orçamentos para o ano seguinte antes que sejam aprovadas por seus respectivos Parlamentos nacionais.

"Está se criando junto à união financeira uma união econômica, que é algo que faltava", assegurou Garrido e acrescentou que o pacote formado por seis propostas legislativas em matéria econômica, está para ser aprovado.

Este pacote tem o objetivo de reformar a disciplina fiscal da UE para aumentar a solidez da eurozona e conseguir maior coordenação econômica.

Em março, a catástrofe nuclear de Fukushima (Japão) obrigou os países-membros da UE a encontrar uma resposta introduzindo testes de resistência às usinas nucleares do continente para certificar sua segurança.

Pouco mais tarde, em maio, o alerta de saúde pela bactéria 'E. coli' na Alemanha prejudicou agricultores espanhóis e do resto da Europa pelas acusações das autoridades de Hamburgo que os agentes da doença se encontraram em pepinos procedentes da Espanha, algo que depois acabou sendo descartado.

Em política externa, a UE teve que avaliar sua resposta à "primavera árabe", com claras diferenças entre países chave como a França e Alemanha sobre uma atuação militar na Líbia contra o regime de Muammar Kadafi.

A Presidência húngara alcançou em vários temas cumprir suas prioridades, como a conclusão das negociações com a Croácia para sua integração à UE, e a aprovação de uma estratégia para o povo cigano em todo o continente.

Para o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos maiores sucessos da Presidência húngara foi a conclusão das negociações com a Croácia, algo que qualificou de "um primeiro passo muito importante" na estabilização dos Bálcãs Ocidentais.

Outro assunto que a Presidência húngara tinha proposto como uma de suas prioridades foi a redação de um acordo sobre a estratégia para o povo cigano da UE, que foi aprovada poucos dias antes do fim do semestre.

Dita iniciativa estabelece quatro campos de ação para os próximos 10 anos, para melhorar o acesso dos ciganos à educação, emprego, saúde e serviços essenciais. Além disso, os Estados-membros deverão apresentar suas respectivas estratégias nacionais até o fim do ano à UE. EFE

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