O dólar abriu esta sexta-feira, 5, em queda, alinhado à tendência no exterior, mas já devolveu parte as perdas no mercado à vista e futuro, em meio a um pano de fundo de cautela, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que apoia um novo auxílio emergencial, mas respeitando o teto de gastos, e sem mencionar as fontes de recursos para bancar o benefício.
A percepção de que a pauta de reformas e privatizações no Congresso pode ter andamento lento apoia também um pano de fundo de cautela, segundo um operador de câmbio.
Uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com o presidente da Petrobras (SA:PETR4), para tratar sobre ICMS de combustíveis já começou e está no radar. Na renda fixa, além do fortalecimento do dólar. A aceleração do IGP-DI de janeiro apoia também um viés de alta dos juros futuros, além do fortalecimento do dólar.
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL) fecharam um acordo para aprovar a reforma tributária no Congresso em um prazo de seis a oito meses. Rodrigo Pacheco evitou dizer se vai pautar a privatização da Eletrobras (SA:ELET3), e disse que as propostas sugeridas pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso serão submetidas aos líderes partidários para definição.
Lira disse que a "sequência" de projetos a ser apreciada no Congresso será, na Câmara, a reforma administrativa e, no Senado, as Propostas de Emenda Constitucional (PECs) do Pacto Federativo, dos fundos e emergencial. Além disso, segundo Lira, uma "eventual" reestruturação do Bolsa Família só será possível com a votação do Orçamento de 2021 e a apreciação da PEC Emergencial. No exterior, os investidores aguardam o relatório de empregos dos EUA (payroll) de janeiro e avanço nas negociações do pacote fiscal americano. Mais cedo, a libra se fortaleceu ante o dólar, estendendo os ganhos de da véspera, ainda sob influência da sinalização do Banco da Inglaterra (BoE) de que não deve adotar juros negativos em curto prazo. Ontem, em decisão de política monetária, a instituição informou que começaria as preparações para um eventual cenário de juros abaixo de zero, mas explicou que isso não é uma garantia de que o instrumento será usado.
Às 9h28 desta sexta-feira, o dólar à vista subia 0,11%, a R$ 5,4555. O dólar para março ganhava 0,49%, a R$ 5,4550.