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Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilou ao longo do dia, mas fechou esta quarta-feira em torno da estabilidade, ao fim de uma sessão em que repercutiu dados econômicos e sinais da política monetária nos EUA em meio às expectativas para o Copom e ao ruído fiscal mais recente.
O dólar à vista teve variação negativa de 0,03%, a 5,1890 reais na venda, após variar entre 5,1653 reais (-0,48%) e 5,2466 reais (+1,08%).
A moeda começou o dia em leve queda, mas ensaiou alta posteriormente frustrada por dados mais fracos de emprego nos EUA. A partir de 11h, contudo, a cotação teve um rali puxado por dados mais fortes de serviços nos EUA e por declarações "hawkish" (pró-aumento de juros) do vice-chair do Federal Reserve, Richard Clarida.
Os dois eventos corroboraram o debate sobre redução da oferta de dinheiro barato dos EUA, que desde o ano passado tem em parte sustentado preços de ativos arriscados, como o real, em todo o mundo.
Lá fora, o índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,26%, sustentando os ganhos conquistados.
Mas, no Brasil, depois de bater a máxima da sessão no fim da manhã o dólar começou a perder força, com analistas citando comportamento parecido no mercado de juros, a poucas horas da decisão do Copom.
"Virão uma alta de 1 ponto percentual e um comunicado bastante duro", disse Cláudio Pires, diretor da MAG Investimentos, prevendo que no texto o Banco Central deixará sinalizada outra elevação de juros na mesma magnitude para a reunião de 21 e 22 de setembro.
Juros mais altos beneficiam o real, pois melhoram a perspectiva de entrada de recursos para investimento na renda fixa, potencialmente elevando a oferta de dólares e, assim, baixando o preço da moeda.
Mas o mercado de câmbio segue mantendo prêmio de risco acumulado desde a última sexta-feira, quando o dólar deu um salto impulsionado por renovada insegurança fiscal. O dólar futuro tinha alta de 2,6% frente ao real desde então, enquanto no mesmo intervalo a moeda subia entre 0,1% e 0,6% ante peso mexicano, rublo russo e lira turca, alguns dos principais pares do real.
"É normal o mercado pedir esse prêmio, não só pelos precatórios, mas pela reforma tributária, que todo dia tem um capítulo novo... Se houver alguma renúncia fiscal (na reforma tributária), menor arrecadação, é mais pressão sobre as contas", disse Pires, da MAG Investimentos.
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