Dólar ganha força no exterior após ataques dos EUA contra o Irã

EdiçãoJulio Alves
Publicado 23.06.2025, 07:48
© Reuters

Investing.com – O dólar registrava alta contra importantes moedas nesta segunda-feira, após os Estados Unidos realizarem ataques contra três instalações nucleares no Irã durante o fim de semana. O episódio aumentou a aversão ao risco nos mercados internacionais, elevando a demanda por segurança e abrindo espaço para uma reprecificação global de ativos.

Às 7h30 de Brasília, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a seis importantes divisas, subia 0,70%, a 98,95 pontos.

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O fortalecimento do dólar esteve associado ao aumento da busca por ativos considerados mais resilientes em momentos de instabilidade. Curiosamente, o ouro e o iene japonês – tradicionalmente beneficiados por essa dinâmica – registraram depreciação no mesmo intervalo.

As moedas asiáticas também estenderam perdas recentes, pressionadas por uma postura mais rígida do Federal Reserve. Discursos de diversas autoridades do banco central americano previstos para os próximos dias podem oferecer novos sinais sobre a trajetória futura da política monetária.

O presidente do Fed, Jerome Powell, prestará depoimento ao Congresso na terça e quarta-feira, discurso que deve ser acompanhado com atenção por investidores globais.

Mercados atentos a uma possível reação de Teerã

O governo iraniano ainda não sinalizou com clareza qual será sua resposta aos ataques. Afirmou apenas que “todas as opções estão sobre a mesa” e advertiu para possíveis “consequências eternas”. Além disso, intensificou sua ofensiva aérea contra Israel, em retaliação à ofensiva israelense iniciada 11 dias atrás com ataques surpresa contra alvos nucleares iranianos.

Em tom desafiador, o Irã classificou o presidente Donald Trump como um “apostador” e sugeriu que a escalada do fim de semana ampliou a lista de alvos considerados legítimos por Teerã. No domingo, Trump voltou a cogitar publicamente uma mudança de regime no Irã, por meio de uma publicação em suas redes sociais.

Veículos de imprensa iranianos indicaram que o país estaria avaliando a possibilidade de bloquear o Estreito de Hormuz, via estratégica para o escoamento global de petróleo e gás natural proveniente do Oriente Médio. Há também especulações sobre possíveis ataques a bases militares dos EUA na região.

Embora as tensões na região tenham se agravado, analistas observam que os ataques norte-americanos eliminaram parte da incerteza quanto à disposição de Trump em tomar medidas militares diretas contra o Irã.

Com isso, os mercados buscam entender como a decisão de atacar, tomada de forma mais célere do que o inicialmente sinalizado por Trump, pode interferir na confiança dos agentes econômicos, nas projeções de inflação e na condução da política de juros nos Estados Unidos.

A inquietação com os preços ao consumidor segue ancorada, em grande medida, na volatilidade do petróleo. Operadores alertaram que um agravamento do confronto entre Irã e Israel pode gerar disrupções severas na oferta de petróleo, sobretudo no entorno do Estreito de Hormuz, ponto nevrálgico para o comércio energético global.

Uma eventual elevação dos preços do petróleo tende a reacender pressões inflacionárias, o que poderia levar o Federal Reserve a postergar ainda mais qualquer flexibilização monetária. Os contratos futuros de petróleo operavam em alta nesta segunda-feira, embora tenham perdido parte dos ganhos registrados no início do pregão.

“O petróleo continua sendo o principal motor para o câmbio”, escreveram analistas do ING em nota distribuída a clientes.

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