Juro da dívida bate recorde e deficit nominal supera R$ 1 trilhão
(Reuters) - O dólar oscilava perto da estabilidade nesta manhã de sexta-feira no Brasil, em dia de disputa entre os agentes pela formação da taxa Ptax, enquanto no exterior a moeda norte-americana tem sinais mistos ante as demais divisas.
Às 9h56, o dólar à vista caía 0,03%, a R$5,3800 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro para novembro caía 0,21%, aos R$5,3755.
Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Assim, é de se esperar maior volatilidade para o dólar principalmente nas janelas de coleta da Ptax, próximas de 10h, 11h, 12h e 13h.
Internamente, os agentes se debruçam ainda sobre os dados de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre até setembro, ante 5,8% no trimestre até junho e 6,4% no trimestre até setembro de 2024.
O desemprego de 5,6% no trimestre até setembro deste ano repetiu a menor taxa da série histórica iniciada em 2012, verificada também nos trimestres encerrados em julho e em agosto. Ainda assim, o percentual ficou levemente acima dos 5,5% projetados por economistas em pesquisa da Reuters.
Em comentário enviado a clientes, o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, pontuou que o recorde de baixa no desemprego "dificulta ainda mais o corte da taxa Selic em janeiro, já que o mercado de trabalho segue aquecido".
Atualmente em 15% ao ano, a Selic vem garantido ao Brasil um diferencial de juros favorável à atração de investimentos -- algo que, na visão dos analistas, tem contribuído para a baixa do dólar ante o real. No ano, a moeda norte-americana acumula queda próxima de 13%.
No campo fiscal, o Banco Central informou mais cedo que o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$17,452 bilhões em setembro, em linha com expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters, de um saldo negativo de R$17,450 bilhões.
Com o resultado, a dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou setembro em 78,1%, contra 77,5% no mês anterior. Já a dívida líquida do setor público foi a 64,8%, de 64,2%.
No exterior, o dólar sustenta ganhos ante pares do real como o rand sul-africano e o peso chileno, mas sobe ante o peso mexicano. Às 9h55 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 0,19%, a 99,657.
