Por Yasin Ebrahim
Investing.com - O dólar aproveitou uma queda do euro para conseguir uma máxima de mais de um mês na segunda-feira (21), e pareceu recuperar seu status de porto seguro em meio a tensões sobre o crescimento global e às crescentes chances de a Europa impor novamente medidas de bloqueio para conter o disseminação da Covid-19.
O Índice Dólar, que mede o dólar norte-americano em relação a uma cesta de seis principais moedas, subiu 0,80%, para 93,69, a maior alta desde 13 de agosto.
"Espere muito mais restrições nos próximos dias e semanas, especialmente na Europa", disseram analistas do Deutsche Bank em uma nota na segunda-feira. "O fato de o vírus já estar se espalhando rapidamente é uma grande preocupação."
Os ministros da saúde europeus alertaram para o impacto de uma segunda onda, com o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, alertando na segunda-feira que a Alemanha poderia ver picos de infecção após uma propagação em países como França, Áustria e Holanda.
No Reino Unido, Patrick Vallance, o principal conselheiro científico da Grã-Bretanha, disse que pode haver 50.000 novas infecções todos os dias até meados de outubro se o vírus continuar no seu ritmo atual.
O par EUR/USD caiu 0,66%, para US$ 1,1759, e o GBP/USD caiu 0,89%, para US$ 1,2801.
Ainda assim, a recuperação do dólar pode ser de curta duração, já que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, provavelmente reiterará o ambiente de taxas de juros mais baixas por mais tempo do banco em depoimento ao Congresso no final desta semana, disse o ING em uma nota.
"Isso deve manter o dólar em desvantagem, mesmo que os dados da Europa desapontem", acrescentou o banco. "Ao mesmo tempo, deve deixar o USD incapaz de encenar recuperações de longa duração e esperamos que a tendência benigna de baixa do dólar tome forma novamente esta semana."