Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar firmou queda no fim da manhã desta terça-feira, revisitando a casa de 5,27 reais após flertar com 5,38 reais na véspera, com falas dos presidentes das duas Casas legislativas brasileiras alimentando algum otimismo no mercado sobre uma solução para o impasse bilionário dos precatórios.
O dólar à vista caía 0,82%, a 5,2850 reais, às 13h17 (de Brasília).
A moeda vinha oscilando numa faixa estreita até perto de 12h30, quando despencou em linha quase reta enquanto autoridades políticas queriam se mostrar empenhadas em alcançar um acordo sobre os precatórios.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a PEC para resolver o problema dos precatórios no Orçamento do ano que vem preverá uma limitação do crescimento dessas despesas pela mesma dinâmica da regra do teto de gastos. E o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse "que fique claro" que há o compromisso de respeito ao teto de gastos.
Junto a ambos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que confia no Congresso e a mostrar esperança de um desfecho positivo para a questão da conta de precatórios de quase 90 bilhões de reais para 2022.
Na mínima, o dólar desceu a 5,2783 reais (-0,95%), após mais cedo ir a uma máxima de 5,3381 reais (+0,18%).
O receio do mercado de uma resolução capenga para essa conta disparou depois do discurso inflamado do presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro, quando atacou ministros do STF. Isso porque a solução de limitar pagamento dos precatórios nos moldes da regra do teto de gastos --que agrada ao mercado-- foi costurada inicialmente no campo jurídico, com presença ativa do presidente do STF, Luiz Fux.
Para além do noticiário doméstico, o viés de baixa do dólar também era amparado pela recuperação de ativos de risco no exterior, após a liquidação da véspera por temores relacionados à incorporadora chinesa Evergrande.