FRANÇA (Reuters) - Os ataques em Paris em novembro custaram à hotelaria francesa estimados 270 milhões de euros em perdas de receita, e podem continuar a causar impacto sobre as taxas de ocupação dos hotéis, disse a consultoria MKG Group nesta terça-feira.
A empresa de pesquisas disse que o setor ainda sofre em janeiro, mas que há alguma perspectiva de recuperação para meados de fevereiro, desde que não ocorram novos incidentes.
A melhora na situação econômica, a realização do campeonato de futebol Euro 2016 na França, em junho, e de feiras comerciais devem ajudar a impulsionar a demanda por quartos de hotel este ano, acrescentou a empresa.
A capital francesa tem permanecido em estado de alto alerta desde que 130 pessoas foram mortas em ataques a tiros e atentados à bomba em Paris, no dia 13 de novembro.
"Estimamos um recuo de receita para a indústria de hotéis francesa em torno de 270 milhões de euros, 146 milhões dos quais somente em Paris", disse o diretor de desenvolvimento da MKG Group, Vanguelis Panayotis, a jornalistas.
A estimativa da MKG abrange o período entre novembro de 2015 e março de 2016.
Os ataques estremeceram a indústria do turismo em uma das cidades mais visitadas do mundo, com proprietários de hotéis, operadores de turismo e outros membros da indústria esperando que a queda prevista no número de visitantes não perdure por muito tempo.
Em dezembro, o presidente-executivo da AccorHotels disse que o maior grupo hoteleiro da Europa sentiu um "real impacto econômico" em decorrência dos ataques, com menos reservas de últimas hora para a segunda semana de dezembro em comparação com o ano anterior. Ele previu que o efeito deve durar de três a quatro meses.
A França, que tem se esforçado para recuperar sua economia, é o país mais visitado do mundo. Paris recebeu 3,2 milhões de visitantes no ano passado.
A taxa de ocupação geral dos hotéis franceses caiu 0,3 ponto percentual na França, para 65,4 por cento em 2015, enquanto o RevPar (sigla em inglês para a receita por quarto vazio) subiu 0,1 por cento. Somente em Paris, as taxas de ocupação caíram 3,4 por cento, e RevPar, 3,7 por cento, em 2015, mostraram os dados da MKG.
(Por Dominique Vidalon)