Washington, 20 set (EFE).- A fragilidade da economia mundial porá a toda prova os instrumentos de resposta da América Latina frente a possíveis choques externos e mostrará se a região conseguiu se desligar das economias avançadas, afirmou nesta terça-feira o Banco Mundial (BM).
"Neste novo contexto de pouco dinamismo econômico nos Estados Unidos e na Europa, uma questão fundamental é se a América Latina pode aproveitar as conexões com outras economias emergentes, como a China, e transformá-las em fonte de crescimento em longo prazo", disse Augusto de la Torre, economista-chefe do BM para a região.
Nos últimos dois anos, mais de 50% do crescimento da economia mundial procede das economias emergentes.
No entanto, o analista destacou que, por enquanto, a conexão da América Latina com a China esteve baseada na "complementaridade" da abundância de recursos naturais da região com a indústria de mão-de-obra intensiva desse país.
"Ainda não há evidência que esta conexão tenha trazido consigo difusão tecnológica e uma efetiva distribuição de conhecimento", apontou o Banco Mundial.
Além disso, o BM alertou sobre a moderação do ritmo de desenvolvimento da América Latina em consonância com seus "limites estruturais de crescimento", que ficará entre 4% e 4,5% em 2011 e se desacelerará para 4% em 2012.
"O desafio da América Latina e do Caribe não passa apenas por uma maior conexão com outras regiões, mas por uma maior relação entre si", acrescentou De la Torre.
No relatório, o BM destacou que no grupo dos países melhor preparados estão Brasil, México, Chile, Peru e Uruguai, entre outros. Por outro lado, países como Venezuela e Argentina, ou a região centro-americana, têm uma margem de manobra menor para enfrentar a crise econômica.
De la Torre ressaltou a importância dos anúncios de política monetária e fiscal do Brasil, o motor econômico regional, que proporcionaram "tranquilidade", em referência à conexão entre rebaixamento das taxas de juros e um maior ajuste fiscal. EFE