LONDRES/PARIS (Reuters) - A vitória de Emmanuel Macron na eleição presidencial francesa e seus planos para implementar rapidamente reformas estruturais é uma vantagem para Paris em seus esforços para atrair bancos e outras companhias de serviços financeiros que pretendem tirar suas operações do Reino Unido, disse o presidente-executivo do grupo de lobby Paris Europlace, nesta segunda-feira, Arnaud de Bresson.
Os banqueiros continuavam céticos de que a França pode atrair grande parte da indústria financeira do Reino Unido, com altos custos trabalhistas e um sistema tributário que se altera com frequência, visto como grande impedimento.
"A vitória de Macron é um sinal de que a França está no caminho para implementar mais reformas estruturais necessárias", contou à Reuters Bresson, estimando que Paris pode atrair 20 mil trabalhadores da Grã-Bretanha. Mas existe muita incerteza sobre o ritmo das reformas, que podem levar meses ou anos para serem implementadas.
Ele adicionou que órgãos reguladores franceses estão oferecendo rápidas soluções aos bancos e empresas de gerenciamento de ativos que solicitam as licenças necessárias e que Macron se comprometeu a implementar reformas da legislação trabalhista dentro de seus primeiros 100 dias no cargo.
Até agora, apenas o HSBC, maior banco europeu, disse que pode realocar parte de suas operações em Paris, onde tem uma subsidiaria que detém a maioria das licenças necessárias por um banco de investimento, graças a aquisição da CCF em 2000.
Depois da votação no domingo, Valerie Pecresse, o líder da mais ampla região de Paris, disse no Twitter que as firmas baseadas em Londres estavam efetivamente esperando pela vitória de a Macron para iniciar os planos de realocação para Paris.
"Esta é uma batalha que vai ficar feia, com Macron tentando atrair tantos negócios quanto possível do Reino Unido... Macron vai baixar os impostos corporativos, criar incentivos para investimento em ações e reduzir a burocracia. Isso fará de Paris um imã para arrancar negócios de Londres", disse Octavio Marenzi, presidente-executivo da Opimas, de consultoria de gestão de mercados de capitais.
(Por Anjuli Davies e Maya Nikolaeva)