BRASÍLIA (Reuters) - O governo adiou o próximo leilão de blocos exploratórios de petróleo e gás, sob regime de concessão, para o segundo semestre deste ano, de acordo com informação do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
O governo havia prometido ao mercado que a 13ª rodada de licitações seria realizada no primeiro semestre de 2015.
"Creio que a gente pode, ao longo de março, ter uma definição das áreas que serão colocadas à disposição para estudo, para que possamos fazer no segundo semestre o leilão", declarou Braga, a jornalistas.
Assim que o governo definir quais blocos serão ofertados, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) precisará de ao menos quatro meses para realizar a rodada.
No mês passado, o MME afirmou à Reuters que estava estudando a receptividade do mercado para decidir se manteria a promessa de realizar o leilão no primeiro semestre.
A forte queda do preço do barril de petróleo nos últimos meses e o impacto disso sobre a capacidade de investimento das petroleiras levou a ANP a recomendar ao governo que a licitação ocorresse apenas entre o fim deste ano e o início do próximo ano, segundo uma fonte afirmou à Reuters.
Um leilão agora, num momento de baixa nas cotações da commodity, poderia não atrair tantos interessados, explicou a fonte, em reportagem publicada na semana passada.
Além disso, a Petrobras já avisara que seria seletiva em novos leilões de blocos, que só entraria se fosse ofertado algo muito interessante.
Com restrições para realizar captações no mercado internacional, em meio às investigações da Operação Lava Jato sobre um esquema de corrupção, a estatal está preservando seus recursos para investimentos prioritários e já tem grandes áreas de exploração para serem desenvolvidas.
Na véspera, a Petrobras anunciou um plano de desinvestimento.
"A gente espera que a Petrobras participe, mas não é um leilão voltado para atender obrigatoriamente, como era no pré-sal", disse o ministro, nesta terça-feira.
O próximo leilão irá ofertar áreas em mar e em terra, sob regime de concessão.
Ainda não há previsão para a realização de um segundo leilão do pré-sal, sob regime de partilha.
No regime de partilha, de acordo com as leis atuais, a Petrobras é obrigada a ser operadora e ter pelo menos 30 por cento de participação no ativo.
(Por Leonardo Goy)