Pequim, 10 ago (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou nesta quarta-feira a Pequim para uma visita à China até domingo, na qual se reunirá, entre outras autoridades, com seu colega, Hu Jintao, e o primeiro-ministro do país, Wen Jiabao.
A prioridade na agenda do líder boliviano é atrair ainda mais o interesse de autoridades e empresas chinesas para investir na Bolívia em diversos setores.
"A China tem muito interesse em nossos recursos naturais e boas propostas de cooperação e investimento", disse Morales ao anunciar sua visita à China.
Durante esta quarta-feira, o líder boliviano visitará a Corporação Industrial Grande Muralha para dar o sinal verde à construção, em três anos, do primeiro satélite boliviano (por mais de US$ 300 milhões).
Em 1º de agosto, foi assinado em La Paz um princípio de acordo com o Grupo Citic, gigante estatal que explora lítio no lago de Qinghai, e do que a Bolívia deseja obter repasse de tecnologia.
A China pretende ter acesso às gigantescas reservas bolivianas de lítio no Salgar de Uyuni, para explorar este elemento-chave para eletrônica, telecomunicações e veículos elétricos.
O Salgar de uyuni (também com jazidas de boro, cloro e magnésio) ocupa mais de 12 mil quilômetros quadrados e contém, segundo fontes oficiais, 100 milhões de toneladas métricas de lítio, 70% das reservas mundiais.
"China e Bolívia são países irmãos e estamos dispostos a compartilhar nossa experiência na pesquisa do lítio e apoiar sua industrialização com tecnologia de ponta", disse Yann Haoyu, diretor-geral da estatal Citic Guoan Information Industry Company Ltd.
Na quinta-feira, Morales se reunirá com Wen Jiabao e Wu Bangguo, presidente da Assembleia Nacional Popular (Poder Legislativo), mas antes receberá o título de doutor honoris causa na Universidade do Povo de Pequim.
Um dia depois, o líder boliviano se reunirá com seu colega chinês, Hu Jintao, na cidade de Shenzhen, por ocasião da inauguração da Universidade de Verão, à qual assistirá antes de viajar para Xangai no fim de semana.
Segundo o ministro da Presidência, Carlos Romero, a viagem do presidente boliviano à China "é estratégica porque o país está promovendo diversos 'megaprojetos' relacionados com a diversificação da economia".
Morales disse que proporá a Pequim um plano para construir uma linha ferroviária que cruzará a Bolívia de leste a oeste, desde Puerto Suárez, na fronteira com o Brasil, até o porto peruano de Ilo, a fim de conseguir uma saída "quase com autonomia" ao Pacífico. EFE