Budapeste, 4 mai (EFE).- Um robô projetado para fazer companhia aos humanos, novos materiais para revolucionar as telecomunicações e uma nova concepção de sensores para tornar o cotidiano mais cômodo e seguro são algumas das propostas que os pesquisadores europeus visualizam para o futuro.
Seis dessas iniciativas foram escolhidas pela Comissão Europeia (órgão executivo da UE) para concorrer a um financiamento do programa FET, (Future and Emerging Technologies), que iniciou nesta quarta-feira em Budapeste sua segunda conferência bienal.
A comissária europeia de Agenda Digital, Neelie Kroes, anunciou neste fórum os seis projetos pré-selecionados, que receberão uma ajuda de 1,5 milhão de euros até o ano que vem, quando terão que concretizar suas propostas.
Os dois finalistas contarão com um financiamento de 100 milhões euros durante a próxima década, para tornar realidade o que agora ainda parece ficção científica.
Entre as seis propostas escolhidas está "Companheiros robóticos para os humanos", uma iniciativa da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona.
Paul Verschure, professor desta entidade, explicou nesta quarta-feira à Agência Efe que o projeto procura criar "máquinas inteligentes" que colaborem e se comuniquem com os humanos de maneira segura.
"Não se trata de construir um 'Homo sapiens'", descartou Verschure, que acrescentou que o projeto se centra em quatro tipos básicos de robôs: o explorador, que pode ser utilizado em casos de desastres; o colaborador, que pode ser usado, por exemplo, na assistência e cuidados de saúde, o terceiro reforça capacidades humanas, como as musculares, ao levantar pesos, enquanto o quarto ajuda o corpo humano a fazer coisas que até agora não pode, por exemplo melhorar os sentidos.
Entre os outros projetos está o Graphene, uma nova substância obtida pela manipulação da matéria a escala atômica e molecular e que os responsáveis da pesquisa acreditam que será "o material" do século XXI, substituindo o silício usado nas telecomunicações.
"Anjos guardiões", outro dos projetos, aposta em novos sistemas e sensores, miniaturizados, autossuficientes e econômicos, destinados a controlar desde parâmetros de saúde (fadiga, batimento cardíaco, nível de açúcar) e inclusive estado emocional.
Entre os seis projetos, figura o "FuturICT", projetado para analisar grandes quantidades de dados para prever com mais exatidão diferentes desastres naturais; o "Projeto Cérebro Humano", para conhecer mais seu funcionamento; e o "ITFoM", que utiliza a tecnologia digital para desenvolver uma medicina personalizada.
O programa FET foi criado em 1996 pela Comissão Europeia e atualmente financia mais de 160 projetos europeus em diferentes áreas. EFE