Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - Mudanças recentes na forma como a China gerencia a sua moeda podem levar o país a "ficar bem perto de ter um câmbio flutuante", disse na sexta-feira uma autoridade do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em teoria, o novo sistema permite que o valor da moeda flutue até 10 por cento por semana e chegue próximo da taxa de câmbio que os mercados estabelecem independentemente, disse Markus Rodlauer, chefe da missão do FMI na China.
Ele disse que as autoridades chinesas ainda estão propensas a intervir nos mercados cambiais, mas que a medida é "a base para maior flexibilidade".
"Não esperamos um cambio flutuante amanhã. Ainda esperamos alguma intervenção do governo. Mas confiamos que isso levará a uma maior flexibilidade e um câmbio flutuante em dois ou três anos", disse.
Segundo Rodlauer, até mesmo com a desvalorização do iuan ocorrida com esse novo sistema, o FMI sente que a moeda chinesa não está mais subvalorizada, o que é um importante reconhecimento em um tema que causou muitas tensões políticas entre Washington e Pequim.
Os comentários de Rodlauer foram feitos no momento em que o FMI lança o seu relatório anual sobre a economia chinesa. O documento foi finalizado antes de a nova política cambial chinesa ser anunciada, nesta semana.
O FMI escreveu que China deveria permitir que sua economia continuasse desacelerando no próximo ano. A entidade pressiona o país a adotar reformas eu seus sistemas financeiro e de crédito.
A China permanece vulnerável a um choque financeiro, segue mostrando um importante superávit de conta corrente e é uma ameaça ao crescimento mundial, se a transição para uma economia de mercado não for bem gerenciada, escreveu o FMI.
(Reportagem de Howard Schneider)