LISBOA (Reuters) - O executivo Zeinal Bava, ex-presidente da operadora Oi negou que tivesse conhecimento dos investimentos de sua sócia Portugal Telecom SGPS em papéis da falida holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, que resultaram em um calote de quase 900 milhões de euros.
No fim do primeiro semestre de 2014, a Rioforte não cumpriu o pagamento de papéis comerciais comprados pela Portugal Telecom SGPS, cujo maior acionista era o Banco Espírito Santo (BES) - do falido Grupo Espírito Santo (GES).
Zeinal Bava disse que as decisões de aplicações de excedentes de tesouraria da Portugal Telecom SGPS eram da responsabilidade da empresa portuguesa, da qual deixou de ser presidente em junho de 2013.
"Em sã consciência, posso dizer: não sabia", afirmou o ex-presidente da Oi na Comissão de Inquérito Parlamentar criada sobre a gestão do BES e do GES.
Em dezembro, o ex-diretor financeiro do BES, Amílcar Morais Pires, disse aos deputados portgueses que aquela a aplicação da Portugal Telecom SGPS na dívida da Rioforte foi previamente combinada entre o ex-presidente do BES e então patriarca do GES, Ricardo Salgado, o ex-presidente da Portugal Telecom SGPS Henrique Granadeiro e o próprio Zeinal Bava.
"Não tinha de saber o que acontecia na Portugal Telecom SGPS, não guardo qualquer memória de que me tivesse sido dada informação sobre qualquer aplicação após a data da minha saída", disse Bava.
O executivo afirmou que apenas tomou conhecimento do investimento quando este se tornou público, em junho de 2014, reiterando: "não era da minha conta onde é que a Portugal Telecom investia, a Oi não tinha de saber, nem devia saber".
(Por Sergio Goncalves)