XANGAI (Reuters) - A China está perigosamente perto de cair em deflação, alertou o jornal do banco central nesta quarta-feira, destacando o nervosismo cada vez maior nos círculos de autoridades conforme a economia mostra dificuldades para retomar o ritmo apesar de uma série de medidas de estímulo.
O artigo, publicado no Finance News, cita o secretário-geral da Sociedade de Finanças Urbanas da China, Chan Xiangyang, segundo o qual o risco de deflação é maior que muitos avaliam.
A Sociedade é um grupo acadêmico nacional que não afiliado diretamente ao banco central chinês, mas em muitos casos a publicação de tais artigos no jornal do BC indica aprovação tácita da mensagem.
Conforme a desaceleração na economia chinesa ao longo do ano passado era acompanhada por um esfriamento na demanda global, Pequim intensificou as medidas para evitar que o gigante econômico asiático tropece.
Em novembro do ano passado, o banco central da China surpreendeu os mercados com um corte inesperado da taxa de juros --o primeiro desde 2012 --e na sequência cortou a taxa de compulsório dos bancos no começo de fevereiro.
Analistas têm especulado que o banco central será forçado a tomar medidas de estímulo mais agressivas nos próximos meses se os dados de preços e crédito continuarem a cair.
Chan disse que cenário macroeconômico em deterioração, combinado ao persistente excesso de capacidade industrial, investimentos no geral especulativos e ineficazes, e a desaceleração de fluxos de entrada de capital estrangeiro estão pressionando fortemente os preços.
Isso arrisca desencadear um ciclo deflacionário debilitante na segunda maior economia do mundo, similar às "décadas perdidas" do Japão sob circunstâncias parecidas --mas não idênticas --nos anos 1990, nas quais quedas inexoráveis nos preços desencorajaram investimentos.
(Por Redação em Xangai)