Lisboa, 19 fev (EFE).- O banco estatal português Caixa Geral de
Depósitos (CGD) afirma que não tem interesse em vender suas ações da
cimenteira portuguesa Cimpor que é objeto de uma Oferta Pública de
Aquisição (OPA) pela Companhia Siderúrgica Nacional do Brasil (CSN).
Segundo declarações à imprensa portuguesa, o presidente do banco,
Fernando Faria de Oliveira, disse que acordo sobre a Cimpor que
chegou a CGD com a também brasileira Votorantim Cimentos - que já
possui 30,8% de direito a voto na cimenteira portuguesa - "evita
desmembrar" a companhia.
"Quem decide são os outros acionistas, são livres para tomar suas
decisões", respondeu o presidente da CGD quando perguntado sobre a
possibilidade de êxito da nova oferta da CSN sobre a Cimpor, que
aumentou na semana passada a oferta inicial de 5,75 euros para 6,18
euros por título.
A cimenteira portuguesa rejeitou em 17 de fevereiro a proposta da
CSN, cuja OPA começou em 28 de janeiro e continua aberta até a
próxima segunda-feira.
Uma terceira empresa do Brasil, a Camargo Correa, também
conquistou uma posição importante na empresa portuguesa e já conta
com 31,17% do direito de voto, depois que anunciasse nesta semana a
aquisição à construtora lusa Teixeira Duarte de 2,5% adicional do
capital de Cimpor por 6,50 euros por ação.
O grupo de São Paulo que, por enquanto, é o máximo acionista de
Cimpor, já tinha comprado 22,17% do capital da mesma empresa e pelo
mesmo preço, quantidade que também pagou à empresa espanhola
Bidaposa por outro 6,46% de ações.
Na companhia lusa, que está entre as dez maiores do setor no
mundo, também participam o empresário português Manuel Fino, com
10,7%; o Banco Comercial Português (BCP, que tem participação do
Sabadell da Espanha), com 10%, e a CGD, com 9,6%.
Cimpor opera em 13 países da Europa, Ásia, América do Sul e
África e seus benefícios do último exercício anual divulgado,
correspondente a 2008, foram de 219 milhões de euros (US$ 313
milhões). EFE