SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições passaram a ver a inflação abaixo do centro da meta este ano com expectativa mais baixa para o dólar, segundo pesquisa Focus apurada pelo Banco Central.
As contas no levantamento divulgado nesta segunda-feira apontam agora alta do IPCA de 4,47 por cento em 2017, 0,17 ponto percentual a menos do que na semana anterior, na sexta redução seguida.
Para 2018, a projeção permaneceu em 4,5 por cento. A meta de inflação de 2017 e 2018 é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O ano começou com a inflação no menor nível para janeiro no período de estabilização da economia com a criação do Plano Real e em 12 meses recuou com força abaixo de 6 por cento, o que pavimenta o caminho para o BC cortar em breve ainda mais os juros.
O IPCA subiu 0,38 por cento em janeiro, acumulando em 12 meses alta de 5,35 por cento.
O Focus mostrou ainda que a projeção para o dólar este ano caiu a 3,36 reais sobre 3,40 reais antes. Para o ano que vem, também houve ajuste para baixo, a 3,49 reais sobre 3,50 reais.
A pesquisa continua apontando expectativa de corte de 0,75 ponto percentual neste mês na taxa básica de juros, atualmente em 13 por cento.
Foram mantidas também as estimativa de que a Selic terminará este ano a 9,5 por cento e 2018 a 9,0 por cento.
Para o grupo que reúne as instituições que mais acertam as projeções, chamado de Top-5, a Selic fica em 9,5 por cento em 2017, mas para 2018 a perspectiva caiu a 9,38 por cento na mediana das projeções, de 9,50 por cento.
Para o Top-5, a inflação fica ainda mais baixa este ano, a 4,15 por cento, 0,30 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior. Já para 2018 a conta caiu 0,29 ponto, indo a 4,21 por cento.
A expectativa para o crescimento econômico deste ano permanece abaixo de 0,50 por cento no Focus, com nova redução nesta semana. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 agora é de 0,48 por cento, contra 0,49 por cento anteriormente.
Em 2018, a economia deve crescer 2,30 por cento, segundo a mediana das projeções dos especialistas consultados, 0,05 ponto a mais.
(Por Camila Moreira)