MOSCOU (Reuters) - A Rússia tem enfrentado um aumento dos ataques cibernéticos externos, disse uma autoridade sênior de segurança citada neste domingo, respondendo às acusações do Ocidente de que Moscou está atacando agressivamente redes de informação nos Estados Unidos e na Europa.
Agências de inteligência norte-americanas dizem que o presidente russo Vladimir Putin ordenou uma campanha cibernética visando impulsionar as chances eleitorais de Donald Trump ao desacreditar sua rival democrática Hillary Clinton na campanha presidencial de 2016.
A Rússia descartou as acusações como sendo um "caça às bruxas".
"Recentemente notamos um aumento significativo nas tentativas de infligir danos aos sistemas de informação da Rússia a partir de forças externas", disse Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia ao jornal Rossiiskaya Gazeta, de acordo com trechos de uma entrevista que será publicada na íntegra na segunda-feira.
"Os operadores e provedores globais (de internet) são amplamente utilizados, enquanto os métodos que eles usam evoluem constantemente", disse Patrushev, ex-chefe dos serviços secretos do FSB e aliado próximo de Putin.
Patrushev acusou o governo do presidente norte-americano Barack Obama de "ignorar deliberadamente o fato de os principais servidores de internet serem baseados em território dos Estados Unidos e usados por Washington para inteligência e outros propósitos que visam reter sua dominação global".
Ele acrescentou, no entanto, que Moscou espera estabelecer "contatos construtivos" com a administração Trump. Trump, que elogiou Putin durante sua campanha presidencial e pediu por melhores laços com Moscou, será empossado como presidente dos EUA em 20 de janeiro.
(Reportagem de Vladimir Soldatkin)