Brasília, 3 dez (EFE).- O Banco Central do Brasil anunciou nesta sexta-feira a elevação do depósito compulsório das entidades financeiras para diminuir o volume de crédito no mercado e controlar o consumo.
As medidas anunciadas pretendem retirar do mercado de crédito R$ 61 bilhões, como detalhou o organismo em comunicado.
Pelos dados oficiais, o volume total de crédito no fim de novembro chega a R$ 1,65 trilhão, por isso que o ajuste realizado nesta sexta-feira vai retirar cerca de 3,7% dos recursos disponíveis pelos bancos.
"As condições do mercado justificam a elevação (do depósito compulsório) ao nível anterior à crise de 2008", disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Para Meirelles, as medidas anunciadas nesta sexta-feira representam uma continuação a "retirada gradual" dos incentivos introduzidos por causa da crise e um "aperfeiçoamento" dos mecanismos de regulação do mercado financeiro.
O depósito compulsório, o percentual mínimo dos depósitos que os bancos são obrigados a manter em suas reservas, passou de 15% para 20%.
O BC elevou ainda de 8% para 12% o adicional sobre os depósitos em dinheiro e no prazo e reduziu os prazos nos créditos mais dilatados, incluindo os aplicados aos setores como os veículos e o arrendamento mercantil.
Pelos cálculos do Governo, a economia brasileira vai terminar o ano com taxa de crescimento entre 7,5% e 8%, o que está criando tensões inflacionárias pela pujança do consumo das famílias.
Nos últimos 12 meses, a inflação cresceu 5,2%, número que supera 4,5% que é o centro da meta oficial para este ano.
As medidas tomadas nesta sexta-feira, unidas à alta taxa de taxas de juros (10,75% anual) deveriam ter efeito na contenção do consumo e, portanto da inflação. EFE