Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usou um tom desafiador para tratar com o novo Congresso liderado pelos republicanos na noite de terça-feira, pedindo aos adversários que aumentem os impostos sobre os ricos e ameaçando vetar leis que coloquem em risco decisões importantes de seu governo.
Prejudicado por uma fraqueza econômica desde o início de sua Presidência há seis anos, Obama compareceu a uma sessão conjunta do Congresso para realizar o discurso do Estado da União de forma confiante, impulsionado por uma recuperação da economia que reduziu a taxa de desemprego para 5,6 por cento e disposto a usar essa melhora como argumento.
É hora, disse Obama aos parlamentares e a milhões de telespectadores, de "virar a página" de recessão e guerra e trabalhar juntos para ajudar os norte-americanos de classe média a deixarem essa história no passado.
Mas, ao pedir um aumento de impostos que os republicanos não devem aprovar e criticar aqueles que sugerem que a mudança climática não é real, Obama estabeleceu um tom de confronto para seus dois últimos anos de mandato na Casa Branca.
Ele prometeu vetar qualquer esforço republicanos contra a lei do governo que reformou o sistema de saúde e seu afrouxamento unilateral da política imigratória dos EUA. Todos os esforços para aumentar as sanções ao Irã enquanto Teerã participa de negociações internacionais sobre o programa nuclear iraniano serão rejeitadas, disse Obama.
Em resumo, Obama pareceu mais solto: sem ter de enfrentar os eleitores norte-americanos mais uma vez após as vitórias nas eleições de 2008 e 2012, algo que ele fez questão de ressaltar aos republicanos.
"Não tenho mais eleições a concorrer", disse Obama. Quando alguns aplausos foram ouvidos por parte dos republicanos sobre isso, ele acrescentou com um sorriso: "Eu sei porque ganhei duas vezes".