Bruxelas, 27 abr (EFE).- Os Governos da zona do euro estão
preparando a realização de uma cúpula extraordinária em Bruxelas
sobre a ajuda à Grécia em 10 de maio, segundo informaram hoje à
Agência Efe fontes da Presidência rotativa da União Europeia (UE),
exercida neste semestre pela Espanha.
"Os dirigentes europeus fazem intensas negociações neste momento
para convocar uma cúpula extraordinária da zona do euro em 10 de
maio sobre a Grécia", explicou a fonte sem dar mais detalhes.
O objetivo da reunião, que seria realizada no dia seguinte a
cruciais eleições regionais na Alemanha, seria debater ao nível
máximo, e eventualmente aprovar, o pacote de ajuda financeira de
urgência solicitado pela Grécia.
O Governo grego reiterou hoje a seus parceiros que o tempo se
esgota. O ministro das Finanças do país, Yorgos Papaconstantinou,
pediu à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)
que ativem o empréstimo conjunto prometido.
Dia 19 de maio será "uma data crítica para a Grécia, pois vencerá
um bônus a dez anos de 9 bilhões de euros", disse o ministro. Mas,
segundo ele, "as condições nos mercados atualmente são totalmente
desalentadoras para se pedir crédito".
Uma delegação do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da
Comissão Europeia (CE) se encontra há uma semana negociando em
Atenas com o Governo grego os termos da ajuda no valor de 45 bilhões
de euros para 2010, e as medidas de ajuste fiscal cogitadas pelo
Executivo para 2011 e 2012, para sanar as contas públicas e devolver
o dinheiro.
A Grécia registrou um déficit de 13,6% e uma dívida pública de
115% do PIB em 2009. Caso sejam concedidos os empréstimos, o país
seria o primeiro da zona do euro a ser ajudado pelos parceiros.
Em Bruxelas, a Comissão Europeia (órgão executivo da UE) celebrou
hoje uma reunião na qual discutiu a grave situação da Grécia.
Segundo a Comissão, que coordena a operação de resgate, as
negociações em Atenas "progridem muito bem" e terminarão no início
de maio, conforme indicou a porta-voz comunitária Pia Ahrenkilde.
Os termos da assistência financeira requerem que a situação grega
seja avaliada pela Comissão e pelo Banco Central Europeu. Caso essas
entidades deem o aval, elas recomendarão aos países-membros da zona
do euro que ativem os créditos prometidos, decisão que deverão tomar
por unanimidade.
A chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país será o principal
contribuinte ao pacote europeu de 30 bilhões de euros, se mostrou
reticente a confirmar a ajuda no momento, devido à oposição
parlamentar e popular em seu país a qualquer assistência financeira
a um parceiro com alto déficit público. EFE