Viena, 27 nov (EFE).- O Conselho de Governadores da AIEA
autorizou hoje o projeto para criar na Rússia um banco multilateral
de urânio pouco enriquecido que possa satisfazer as necessidades
energéticas de qualquer país.
Dessa forma, a entidade acredita que será possível evitar que
mais países - como atualmente o Irã - queiram construir o ciclo
completo de combustível nuclear, incluindo o enriquecimento de
urânio, um material que pode ter aplicações militares.
Por isso, várias nações emergentes, como a Argentina, Brasil e
África do Sul, votaram hoje contra a iniciativa, já que temem que
com ela se limitem seus direitos de aumentar suas estruturas de
energia nuclear.
Em favor da resolução que outorga ao diretor-geral da AIEA o
poder de assinar com a Rússia os primeiros acordos pertinentes
votaram 23 países, enquanto oito se mostraram contrários e três se
abstiveram.
Entre os países que rejeitaram a proposta estão Cuba, Venezuela,
Malásia, Paquistão e Egito.
Pelo projeto russo, que conta com o respaldo dos Estados Unidos e
os países da União Europeia, será criada uma reserva de 120
toneladas de urânio pouco enriquecido que estaria sob estrita
supervisão da AIEA.
Segundo a resolução aprovada hoje, o banco de urânio é um
instrumento só para o caso que no mercado livre não se possa comprar
combustíveis nucleares.
Qualquer país do mundo poderia procurar o banco sempre que o uso
do combustível seja para fins pacíficos e se o Estado tiver um
histórico impoluto de não-proliferação nuclear. EFE