São Paulo, 11 ago (EFE).- A companhia de pescados em conserva
Crusoe Foods, do grupo espanhol Jealsa-Rianxeira, anunciou hoje sua
entrada no mercado brasileiro com um investimento inicial de US$ 26
milhões até 2011 e previsão de faturamento anual de US$ 28 milhões.
Em entrevista coletiva concedida em São Paulo, o diretor-geral da
Crusoe Foods, Sidnei Rosa, afirmou que o mercado brasileiro
representa uma grande "oportunidade" porque está "carente de
produtos em conserva".
Segundo Rosa, o segmento de pescados em conserva no Brasil tem
faturamento total de R$ 1 bilhão (US$ 582 milhões) e é atualmente
controlado por duas marcas que concentram 60% do mercado: Gomes da
Costa, do grupo espanhol Calvo, e Coqueiro.
Rosa explicou que o consumo de pescado no Brasil é de apenas 6,8
quilos por pessoa ao ano e acrescentou que é preciso distribuição,
oferta e conhecimento do produto para demonstrar que, em questão de
preços, "é extremamente competitivo" em relação à carne.
De acordo com o executivo, para abastecer o mercado local, a
companhia já dispõe de uma fábrica a cerca de 300 quilômetros de
Porto Alegre na qual investirá um milhão de euros em equipamentos e
estuda a abertura de uma nova unidade produtiva em um lugar ainda
indefinido.
A Crusoe Foods espera começar a exportar para países do Mercosul
a partir da fábrica de Porto Alegre dentro de um ano, segundo uma
nota da companhia.
A empresa pretende alcançar 5% do mercado em 2011.
Da gama de 80 produtos da Jealsa-Rianxeira, a Crusoe Foods
venderá no Brasil inicialmente mexilhões, sardinhas, atum e
derivados.
A Crusoe Foods também lançará no mercado brasileiro a linha de
complementos para saladas da Fresh Gourmet, parceira da
Jealsa-Rianxeira nos EUA.
Segundo Rosa, a companhia vai se concentrar em "ações dentro do
ponto de venda", como degustações, e prevê lançar anúncios em meios
de comunicação no segundo semestre de 2011.
O grupo Jealsa-Rianxeira, uma holding formada por 24 empresas de
diferentes setores, teve em 2009 uma produção de 30 mil toneladas de
produtos relacionados à pesca e faturou 381 milhões de euros. EFE.