Paris, 28 jul (EFE).- Os resultados do consórcio europeu
aeroespacial e de defesa EADS, cujo lucro caiu 6% no primeiro
semestre de 2009, para 378 milhões de euros, continuarão registrando
números ruins até o final do ano, porque não há sinais do fim da
forte baixa do mercado aeronáutico e pelos problemas com os
programas dos aviões A400M e A380.
"Não existe nenhum sinal claro de estabilização, já que a
deterioração do tráfego e da rentabilidade, assim como as condições
de financiamento, estão representando um desafio para as contas das
linhas aéreas", advertiu a EADS, em comunicado por ocasião da
apresentação de seus resultados.
Os números de pedidos entre janeiro e junho são suficientemente
ilustrativos: representaram 17,2 bilhões de euros, enquanto, no
mesmo período do ano passado, foram de 51,2 bilhões de euros.
O grupo europeu se esforçou, apesar de tudo, para relativizar
estes dados, ao lembrar que sua carteira de pedidos (343 bilhões de
euros em 30 de junho, frente aos 357,8 bilhões em 31 de dezembro
passado) lhe garante a atividade para os próximos anos e lhe oferece
"um certo nível de proteção e estabilidade".
A maior esperança é que a filial Airbus consiga este ano
encomendas brutas para 300 aviões e um nível de entregas pelo menos
semelhante ao de 2008, o que, com uma taxa de câmbio de um euro a
US$ 1,39, deveria permitir um volume de negócios equivalente ao do
ano anterior.
No primeiro semestre deste ano, o faturamento subiu 2%, para
20,195 bilhões de euros, graças às entregas no segundo trimestre e,
em particular, ao bom comportamento da atividade de defesa.
No entanto, o resultado de exploração (Ebit) sofreu uma queda de
23%, devido ao rebaixamento do preço de seus aviões, à deterioração
das taxas de cobertura e à desvalorização do dólar frente ao euro.
Além disso, os custos de industrialização do avião gigante da
Airbus, o A380 - do qual devem ser entregues 14 unidades este ano -
foram maiores do que o previsto, e seguirão sendo.
O outro grande programa que influencia as contas da EADS é o do
avião europeu de transporte militar A400M, que diminuiu 191 milhões
de euros ao Ebit na primeira metade do ano e que "ainda é possível"
que tenha "consideráveis efeitos negativos", em função de seu
progresso e da renegociação aberta até o final do ano. EFE