Londres, 18 abr (EFE).- A alta do preço do petróleo nos mercados está começando a afetar a demanda, apesar de os países produtores afirmarem que a provisão está garantida.
A afirmação foi feita pelo Centro de Estudos Globais para a Energia (CGES, na sigla em inglês) em sua previsão mensal publicada nesta segunda-feira em Londres, na qual descarta um elemento especulativo e ressalta a semelhança da situação atual com a do início de 2008, quando a alta terminou apenas em julho com o recorde histórico do preço do petróleo, que alcançou US$ 147,5 por barril.
"As semelhanças com o mesmo período de 2008 são preocupantes", afirma o relatório, que argumenta que os preços atuais refletem o esgotamento do mercado.
O CGES considera que os países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não substituíram tudo o que foi perdido por causa do conflito na Líbia, por isso que o mercado dispõe de menos de um milhão de barris diários do que há um mês.
"Se a Opep não aumentar a provisão para equilibrar o mercado, a demanda terá que se reduzir eventualmente, algo que só se conseguirá com uma repetição dos preços recordes de 2008", diz o CGES, que descarta que haja um elemento especulador.
"Apesar das declarações dos ministros de Energia dos países produtores e consumidores de petróleo, assim como de alguns bancos de investimentos, que afirmam que os preços subiram pela especulação, o CGES não considera que este seja o caso", afirma.
O centro de estudos admite que podem ter ocorrido especulações a longo prazo, mas ressalta que o índice de intensidade especulativa está em seus níveis mais baixos desde o início de 2007.
Os estoques de petróleo mostraram uma tendência de baixa desde o final do primeiro trimestre de 2010.
No início do segundo trimestre de 2011, havia reservas de petróleo no mundo para os próximos 70 dias, um nível que foi registrado pela última vez no mesmo período de 2008.
O CGES lembra que há meses os países da Opep falavam de um "preço razoável" quando se chegasse aos US$ 100 por barril e que agora esse "preço razoável" é de US$ 120.
Neste sentido, critica a facilidade com que os Governos dos países consumidores aceitaram nos últimos meses que há um movimento especulador por trás desta alta, "talvez assessorados por companhias petrolíferas e bancos que obtêm grandes lucros graças aos elevados preços do petróleo".
O relatório conclui que "a demanda de petróleo não pode continuar crescendo sem a provisão que a satisfaça". EFE