Sydney (Austrália), 4 nov (EFE).- O incêndio em uma plataforma da
companhia petrolífera pública tailandesa PTTEP no Mar do Timor foi
controlado, o que possibilitou finalmente conter um derramamento de
petróleo que começou no dia 21 de agosto.
Milhares de litros de lama injetados desde ontem no poço de West
Atlas conseguiram, na quarta tentativa, conter o enorme vazamento
que alimentava o incêndio, anunciou hoje o porta-voz da PTTEP
Australasia, José Martins.
"Estamos aliviados e agradecidos com o fim do vazamento e do
incêndio, mas ainda temos muito trabalho a fazer e nossa prioridade
agora é determinar como fechar o poço", disse Martins em comunicado.
Há quatro dias, o fogo começou exatamente durante os trabalhos
para deter a expansão da mancha de óleo. Ainda restam alguns
pequenos focos de incêndio em atividade.
As chamas alcançaram centenas de metros de altura a duas milhas
náuticas da torre de perfuração e da plataforma localizadas na
jazida de West Triton no Mar do Timor, que separa a Austrália da
Indonésia.
Durante quase dez semanas, 400 barris de petróleo vazaram para o
mar diariamente.
"Este desastre causou danos ao ecossistema marinho e deixou um
legado com o qual vamos ter de lidar no futuro", disse a senadora
australiana, Rachel Siewert, do Partido Verde local.
A maré negra alcançou as águas territoriais da Indonésia e pôs em
perigo a biodiversidade marinha e a pesca na área protegida do Mar
de Savu, onde vivem diversas espécies de tartarugas, golfinhos e
baleias ameaçados de extinção.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em
inglês), o vazamento atinge mais de dez mil quilômetros quadrados em
pleno Triângulo do Corais, região que se estende por seis milhões de
quilômetros quadrados entre a Ásia e Oceania e é considerada por
especialistas como a Amazônia submarina.
As ações da PTTEP na Bolsa de Valores de Bangcoc desabaram nesta
semana depois que ficou claro que a empresa não poderá, por
enquanto, extrair os 35 mil barris de petróleo que esperava retirar
de seus poços no Mar do Timor. EFE