Washington, 29 jun (EFE).- O diretor-gerente do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, adiantou hoje que a
recuperação econômica mundial continuará, apesar da crise europeia e
que o planeta não cairá em uma nova recessão, mas o crescimento será
desigual.
"A recuperação seguirá sem uma dupla recessão", afirmou
Strauss-Kahn durante uma intervenção no Instituto Peterson de
Economia Internacional, um centro de estudos independente de
Washington.
O FMI acredita que a Ásia e América Latina estarão à frente do
crescimento mundial, seguidas pelos Estados Unidos, enquanto a
Europa ficará por último, explicou.
Alguns analistas alertaram que uma piora da crise da dívida na
Europa poderia fazer cair a recessão de novo ao mundo, como ocorreu
nos anos 30, quando houve duas contrações econômicas sucessivas.
Strauss-Kahn destacou que essa circunstância não pode ser
descartada, embora não seja provável.
Uma nova recessão poderia ser precipitada por uma crise fiscal,
uma bolha financeira provocada pela entrada de capital em um mercado
emergente ou a saída súbita do dinheiro estrangeiro, explicou o
chefe do FMI.
No entanto, esclareceu que o Fundo opina que essas circunstâncias
não se materializam e que apesar da crise na Europa, a recuperação
continuará.
Strauss-Kahn também disse que não acha que um superávit comercial
europeu aumentado pela fraqueza do euro seja uma ameaça para a
economia mundial.
O FMI prevê um aumento de 4,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do
planeta este ano e um décimo a mais em 2011, segundo as previsões de
abril. O Fundo divulgará os novos cálculos no início de julho em
Hong Kong. EFE