Nova York, 26 abr (EFE).- O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
criticou hoje em Nova York as políticas cambiais das economias mais
avançadas e assegurou que o dólar e o euro estão depreciados, o que
prejudica os países emergentes.
"Devemos buscar uma maior sintonia nas políticas cambiais. Não
podemos aceitar a política de depreciação do dólar", disse Mantega,
que participou hoje, da mesma forma que o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles, de um fórum econômico organizado pela
Câmara de Comércio Brasileiro-Americana.
Em sua apresentação, explicou, além disso, que as reuniões das
quais participou do Fundo Monetário Internacional e do G20 no fim de
semana passado em Washington lhe permitiram conhecer as estratégias
de recuperação das economias mais avançadas, o que tinha lhe deixado
"preocupado".
Assinalou que estas tem como objetivo reduzir a demanda interna e
manter as taxas de juros baixas para estimular uma depreciação
cambial de suas moedas e poder assim aumentar a competitividade de
suas exportações.
"A moeda líder, que tem um peso muito grande na mudança
internacional, nas transações financeiras, é o dólar e um dólar
depreciado causa problemas a todo o mundo, e sempre foi assim",
assinalou o ministro brasileiro.
A respeito à economia do Brasil, ressaltou que o país será uma
das poucas economias que crescerá este ano e nos próximos, e
assinalou que as projeções apontam um crescimento de até 6% em 2010.
Perante a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco
Central nos próximos dois dias, o ministro disse que esse comitê
"sabe avaliar de forma adequada as condições do país" e afirmou que
confia na decisão que ele adote.
Acrescentou que o Brasil tem margem para crescer de forma
sustentada e não é como no passado, em que um crescimento de 2 ou 3%
gerava inflação e outros desequilíbrios. EFE