Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta de 3 por cento nesta terça-feira, reverteu as perdas em 2016 e superou os 44 mil pontos pela primeira vez desde dezembro diante do quadro externo favorável.
O Ibovespa subiu 3,1 por cento, a 44.122 pontos --maior patamar desde 17 de dezembro de 2015.
O volume financeiro somou 7,1 bilhões de reais.
Com o desempenho no primeiro pregão de março, o índice de referência do mercado acionário brasileiro passou a acumular alta pelo primeira vez no ano, de 1,78 por cento.
No exterior, o índice acionário norte-americano S&P 500 subiu 2,39 por cento, após dados fortes dos setores fabril e de construção nos Estados Unidos sugerirem que aquela economia está recuperando o ímpeto.
Expectativas relacionadas a mais estímulos econômicos na zona do euro e China também ampararam os pregões globais.
O gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management, também destacou que ganhou força desde fevereiro a influência (positiva) do cenário político na bolsa, conforme os últimos desdobramentos acentuam a fragilidade do governo da presidente Dilma Rousseff.
O BTG Pactual (SA:BBTG11) mencionou o quadro político para atualizar sua carteira de ações para março, notando aumento das chances de que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff siga em frente, embora não seja o cenário base da casa.
DESTAQUES
- VALE fechou com as ações ordinárias em alta de 8,47 por cento e as preferenciais de classe A com ganho de 7,94 por cento, impulsionadas pelo avanço do preço do minério de ferro à vista na China para acima de 50 dólares.
- SMILES saltou 7,14 por cento, em meio à repercussão favorável do resultado do quarto trimestre, com lucro líquido de 112,3 milhões de reais, alta de 37,2 por cento na comparação anual, enquanto a receita líquida cresceu 43,1 por cento, para 349 milhões de reais.
- RUMO LOGÍSTICA disparou 10,27 por cento, em destaque na ponta positiva do Ibovespa, ainda sob efeito de expectativas relacionadas ao aumento de capital da empresa.
- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO avançaram 4,73 e 2,81 por cento, respectivamente, contagiados pela melhora do humor como um todo e endossando a nova alta do Ibovespa dada a relevante fatia que ambos detêm no índice.
- PETROBRAS encerrou com as ações preferenciais em alta de 3,31 por cento e as ordinárias com elevação de 2,99 por cento, seguindo o movimento dos preços do petróleo no mercado externo.
- FIBRIA recuou 2,82 por cento, pior desempenho do Ibovespa, enquanto a SUZANO PAPEL E CELULOSE perdeu 1,39 por cento, após dados mostrarem forte queda nos preços semanais de celulose de fibra curta na China.