Por Edmund Blair
NAIRÓBI (Reuters) - Equipes de resgate retiraram uma menina de 6 meses dos escombros de um prédio na capital do Quênia e a devolveram ao pai nesta terça-feira, mais de três dias depois do desmoronamento da estrutura após vários dias de chuva forte.
Pelo menos 21 pessoas tiveram suas mortes confirmadas desde que o prédio residencial de seis andares no bairro pobre de Huruma, em Nairóbi, veio abaixo na noite de sexta-feira. A polícia está interrogando os proprietários, que foram presos por ordem do presidente queniano, Uhuru Kenyatta.
"A criança, que estava soterrada há cerca de 80 horas, foi encontrada em um balde e enrolada em um cobertor. Ela parecia desidratada, e sem sinais visíveis de ferimentos", informou a Cruz Vermelha do Quênia em comunicado.
A menina, chamada Dealeryn Saisi Wasike, foi identificada pelo pai depois de se recuperar rapidamente no hospital. Uma autoridade da Cruz Vermelha disse que ainda não se sabe o destino da mãe. A idade do bebê havia sido estimada inicialmente em um ano.
O desmoronamento do prédio foi o acidente mais recente do tipo em uma cidade africana que vem crescendo rapidamente e que enfrenta dificuldades para construir moradias com a rapidez necessária.
Como em muitas outras cidades da África, a população de Nairóbi cresceu dramaticamente nos últimos anos. A capital queniana tinha quase 3,5 milhões de habitantes em 2011, cerca de um terço mais do que uma década antes, segundo cifras da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os governos têm tido dificuldade para fornecer infraestrutura básica e processos burocráticos que garantam o cumprimento das regras de urbanização.
Muitos quenianos que vão à capital em busca de trabalho terminam em uma de suas muitas favelas, como Kibera, composta de casas improvisadas com madeira e folhas de aço corrugado.
Outras moram em bairros um pouco melhores, mas ainda assim pobres, como Huruma, onde os edifícios vêm sendo construídos rapidamente em meio a ruas esburacadas e fornecimento de energia precário. Chuvas fortes já causaram outros colapsos em Nairóbi, mas sem saldos de mortes tão altos.
(Reportagem adicional de Humphrey Malalo e Duncan Miriri)