SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de café do Brasil podem cair um pouco em meados do ano por causa de um esperado declínio nos estoques, mas as exportações totais de 2016 serão semelhantes às de 2015 se a colheita for tão forte quanto o esperado, disse o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta terça-feira.
O Brasil exportou um recorde de 33,33 milhões de sacas de café verde em 2015, ultrapassando os 32,94 milhões de sacas em 2014, disse o presidente do Cecafé Nelson Carvalhaes a repórteres.
As exportações de café verde do Brasil em dezembro foram de 2,89 milhões de sacas, uma queda ante os 3,23 milhões de sacas em novembro.
Incluindo os cafés torrados e solúveis, as exportações alcançaram um total recorde de 36,89 milhões de sacas no ano passado.
"É muito cedo para estimar as exportações de 2016, mas se a safra se sair tão bem quanto o esperado, o Brasil deve repetir os níveis vistos em 2015", disse Carvalhaes.
O cinturão produtor de café do Brasil sofreu com seca nos últimos dois anos, o que afetou as colheitas de arábica e robusta.
Apesar do recorde geral de exportações, as vendas de arábica tiveram queda em 2015 para 29,16 milhões de sacas, ante 29,49 milhões de sacas em 2014.
O recorde de exportações de robusta de 4,17 milhões de sacas em 2015 preencheu o espaço, levando os embarques totais para seus níveis mais altos. O Brasil exportou 3,45 milhões de sacas de robusta em 2014, que havia sido o recorde anterior, mostraram dados do Cecafé.
O consumo doméstico de café se manteve forte em 20,5 milhões de sacas em 2015, apesar da severa recessão econômica, disse a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) na semana passada. A associação adicionou que o consumo poderia crescer para 21 milhões de sacas em 2016. O Brasil fica atrás somente dos Estados Unidos em consumo de café.
A nova safra, a qual Carvalhaes disse que estava se desenvolvendo bem com novas chuvas, começará a ser colhida no fim de abril ou maio. Isto significa que os estoques de café do Brasil devem cair para os menores níveis da história recente na primeira metade de 2016.
Carvalhaes disse que o tamanho exato dos estoques só se tornaria claro em março ou abril, mas admitiu que as exportações podem cair nos meses que antecedem a entrada da nova safra no mercado. O Brasil exporta quase 3 milhões de sacas por mês, em média.
"Uma vez que a colheita da nova safra começar, a qual esperamos que seja saudável, as exportações devem se recuperar para níveis similares aos do ano passado", disse ele.
(Por Reese Ewing)