Jorge A. Bañales.
Washington, 9 mar (EFE).- Os Estados Unidos registraram em janeiro números mensais sem precedentes tanto nas exportações como nas importações de bens e serviços, e o déficit, que subiu 4,35% em relação a dezembro, somou US$ 52,565 bilhões em janeiro, informou nesta sexta-feira o Governo.
O Departamento de Comércio mostrou que o saldo negativo no primeiro mês deste ano foi o maior desde outubro de 2008. Em janeiro de 2011 o déficit foi de US$ 47,521 bilhões.
O crescimento do déficit, nutrido por uma maior demanda de veículos automotores e suas peças, surpreendeu os analistas que tinham calculado um saldo negativo de cerca de US$ 49 bilhões em janeiro.
Em todo o ano passado, os EUA tiveram um déficit de US$ 559,956 bilhões na troca de bens e serviços com outros países, o número mais alto desde 2008.
A mais de dois anos e meio depois de terminada a recessão mais profunda e prolongada em quase oito décadas, o mercado de trabalho mostra uma melhoria lenta mas sustentada e isto põe em melhores condições os consumidores, cuja despesa, nos EUA, representa quase 70% da atividade econômica.
O aumento da demanda dos consumidores e o aumento nos preços da energia importada se combinaram em meses recentes para aumentar o déficit comercial.
As importações de bens e serviços dos EUA subiram 2% em janeiro de 2012 em relação a dezembro de 2011 e chegaram a um valor de US$ 233,372 bilhões. Em janeiro de 2011 essas importações somaram US$ 215,385 bilhões.
O panorama também melhorou para os exportadores americanos, que em janeiro venderam para o exterior 0,14% mais que em dezembro de 2011 e receberam 180.807 milhões de dólares.
Em janeiro do ano passado as importações de bens e serviços americanos atingiram um valor de US$ 167,864 bilhões.
As vendas de aviões e computadores lideraram as exportações americanas em janeiro.
O custo das importações de petróleo caiu de US$ 17,4 bilhões em dezembro de 2011 para US$ 17,2 bilhões em janeiro de 2012, em parte como resultado de um inverno inusitadamente temperado que conteve a demanda de combustíveis para calefação.
Segundo o Governo a atividade econômica dos EUA cresceu no último trimestre de 2011 a um ritmo anual de 3%, após ter marcado um ritmo de aumento de 1,8% entre julho e setembro.
No terceiro trimestre de 2011 o comércio exterior tinha aumentado 0,43% de ponto percentual ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e no quarto diminuiu 0,07% de ponto percentual, segundo os números do Governo.
O déficit no comércio de bens com a China subiu de US$ 23,135 bilhões em dezembro de 2011 para US$ 26,023 bilhões em janeiro deste ano e representou 39,8% do saldo negativo no comércio de bens, de US$ 65,278 bilhões no primeiro mês de 2012.
O relatório de hoje mostrou que o superávit dos países da América Latina e do Caribe em seu comércio de bens com os EUA caiu 3,69% de dezembro de 2011 a janeiro de 2012 e ficou em US$ 4,853 bilhões.
O superávit latino-americano e caribenho representou em janeiro passado 7,4% do déficit no comércio de bens americano em janeiro passado.
Por seu lado, o superávit da União Europeia (UE) em seu comércio de bens com os EUA caiu em 11,7% de dezembro de 2011 a janeiro de 2012 e ficou em US$ 502 bilhões, informou o Departamento de Comércio.
Cerca de 13% do déficit no comércio exterior de bens dos EUA em janeiro se deveu a suas trocas com a UE. Em janeiro de 2011 o superávit da UE somou US$ 5,614 bilhões. EFE