DOHA (Reuters) - O jornalista australiano Peter Greste declarou nesta segunda-feira que foi um grande alívio ter sido libertado da prisão no Egito, mas acrescentou em uma entrevista à Al Jazeera que sente uma "revolta incrível" por deixar para trás dois colegas também aprisionados.
Greste, que trabalha para a Al Jazeera, foi solto no domingo depois de 400 dias em uma prisão no Cairo e mais tarde deixou o Egito. Ele está no Chipre e depois irá voltar para a Austrália.
Ele havia sido condenado a sete anos sob acusações que incluíam ter ajudado um grupo terrorista, disseram autoridades de segurança.
"Esta (libertação) foi como um renascimento", afirmou ele em seus primeiros comentários públicos desde que foi solto.
O canadense-egípcio Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed continuam presos. Eles foram sentenciados a penas entre 7 e 10 anos sob acusações como espalhar mentiras e ajudar um grupo terrorista – referência à Irmandade Muçulmana, banida no Egito.
O Ministério do Interior declarou em sua página do Facebook que o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, libertou Greste graças a um decreto emitido em novembro que o autoriza a aprovar a deportação de prisioneiros estrangeiros.
Greste disse que, se foi apropriado libertá-lo, também é certo que seus dois colegas o sejam.
Indagado sobre o que mais gostaria de fazer, disse: "Ver o pôr do sol. As pequenas coisas. Você se dá conta que esses pequenos momentos maravilhosos da vida são realmente preciosos, e estar com minha família, é claro. Isso é que é importante, não as grandes questões."
(Por Amena Bakr e Maggie Fick no Cairo)