BRASÍLIA (Reuters) - Manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros movimentos sindicais entraram em confronto com a polícia em frente ao Congresso Nacional nesta terça-feira, durante protesto contra votação da lei de terceirização no mercado de trabalho.
Policiais utilizaram spray de pimenta e bombas de gás para responder a manifestantes que lançavam objetos como pedaços de madeira e bandeiras contra um cordão de isolamento montado pela polícia em frente ao Congresso.
Um manifestante foi encaminhado ao departamento médico da Câmara para receber atendimento após sofrer ferimentos na cabeça, de acordo com a Agência Câmara Notícias. Outros dois manifestantes e um policial também ficaram feridos, e o deputado Vicentinho (PT-SP) precisou receber atendimento depois de ser atingido por spray de pimenta, segundo a agência.
Ao menos um manifestante foi detido pela polícia, de acordo com imagens de TV.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Central dos Movimentos Populares (CMP), entre outros movimentos, convocaram protestos nesta terça em diversas cidades.
A principal reivindicação é contra a votação do projeto de lei no Congresso que libera a contratação de terceirizados para todas as empresas.
De acordo com os grupos contrários ao projeto de lei, a proposta "tira dos trabalhadores direitos duramente conquistados e dá aos patrões segurança jurídica para contratar do jeito que quiser", segundo nota no site da CUT, que lidera o movimento.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), descartou mais cedo nesta terça-feira adiar a votação do projeto sobre a terceirização em análise no Plenário e disse que seria analisado assim que a pauta da Casa for destrancada por uma medida provisória. [nL2N0X412J]
O projeto de lei que regulamenta a terceirização permite que empresas contratem trabalhadores terceirizados para exercer qualquer função na companhia, e não apenas para a chamada atividade-meio, como ocorre atualmente. Empresários e indústria defendem o projeto, enquanto alguns sindicatos e o PT são contra.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)