Amã, 1 jul (EFE).- Milhares de jordanianos saíram nesta sexta-feira às ruas de várias cidades do país para pedir a renúncia do Governo do primeiro-ministro Marouf Bakhit e a dissolução da câmara baixa do Parlamento.
Testemunhas disseram à Agência Efe que a jornada de protestos foi convocada para manifestar o descontentamento da população pela decisão da última segunda-feira do Parlamento, que determinou não julgar Bakhit por um caso de corrupção.
Cerca de 2 mil ativistas da oposição protestaram em frente a uma mesquisa da capital jordaniana para pedir a renúncia do Governo e a dissolução da câmara baixa do Parlamento.
"A câmara deveria ser dissolvida porque encobre os corruptos", afirmou um membro da opositora Frente de Ação Islâmica.
Em Tafileh, a 180 quilômetros ao sul de Amã, centenas de pessoas saíram às ruas com o mesmo propósito, da mesma forma que nas localidades de Maan, Karak e Irbid, onde os cidadãos reivindicaram emendas à Constituição e o fim das ingerências dos serviços de segurança na política, disseram testemunhas à Agência Efe.
Bakhit está supostamente envolvido no chamado "caso cassino" que remonta a seu primeiro Gabinete em 2007.
Supostamente, o Governo anterior de Bakhit autorizou um investidor com sede em Londres a construir um cassino na margem leste do Mar Morto, mas pouco depois o projeto ficou paralisado.
Mais tarde, o Governo de Nader Dahabi, sucessor de Bakhit no cargo, anunciou em 2008 que seu gabinete havia renegociado o acordo para poupar US$ 2 bilhões dos cofres públicos no pagamento de multas pela anulação do contrato anterior que, a seu julgamento, era prejudicial para os interesses jordanianos.
Bakhit conseguiu evadir um processo judicial contra ele, já que apenas 50 dos 120 deputados da câmara baixa do Parlamento votaram a favor de que fosse julgado.
No entanto, a câmara aprovou com os votos de mais de dois terços da maioria que se processe o ministro de Turismo, supostamente envolvido no caso.
Além disso, quatro deputados renunciaram nesta semana e outros 54 ameaçaram boicotar as sessões posteriores do Parlamento em protesto pelo resultado da votação. EFE