O dólar operou sem direção única em relação a moedas rivais nesta sexta-feira, com investidores repercutindo indicadores econômicos nos Estados Unidos e na Europa. O euro e a libra esterlina mostraram força nesta sexta, enquanto a lira turca estendeu perdas recentes ante a divisa americana, diante da perspectiva de corte da taxa de juro pelo Banco Central da Turquia, mesmo em meio à alta inflação no país.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, fechou em queda de 0,05%, aos 92,766 pontos, em recuo apoiado pela valorização do euro, principal componente do índice. Na semana, houve alta de 0,92%. A moeda comum avançava a US$ 1,1798 no fim da tarde em Nova York, enquanto a libra subia a US$ 1,3785. O iene, porém, demonstrou fraqueza durante a sessão, e o dólar tinha alta a 109,68 ienes.
Para o analista sênior de mercados do Western Union Joe Manimbo, o euro se beneficiou de otimismo de investidores após a divulgação do índice IFO de sentimento de empresas de março na Alemanha, que subiu ao maior nível em quase dois anos. Além disso, os gastos com consumo em fevereiro nos EUA frustraram o mercado.
Apesar da alta desta sexta, o TD Securities avalia que o bloqueio do Canal de Suez pode se somar a fatores recentes que tem pressionado o euro, como a nova onda de casos de coronavírus na Europa, fazendo com que a moeda comum perca território ante o dólar nas próximas sessões. O Canal de Suez é a principal rota marítima que liga o comércio entre Ásia e Europa.
Entre emergentes, a lira turca aprofundou perdas recentes em relação à divisa americana, com investidores repercutindo a possibilidade de o BC da Turquia reduzir a sua taxa básica de juros, apesar dos altos índices de inflação no país, após o presidente Recep Tayip Erdogan trocar o comando da instituição na semana passada. A Capital Economics espera um corte de 2 pontos porcentuais na próxima reunião de política monetária, que na avaliação da consultoria será seguido por um afrouxamento mais agressivo no segundo semestre de 2021. No fim da tarde em NY, o dólar se valorizava a 8,0854 liras.
Para o yuan, a consultoria prevê que a moeda chinesa desacelere sua alta ante o dólar, após acumular ganhos de 9% desde maio do ano passado. O movimento, segundo a Capital Economics, será motivado pelo menor crescimento da economia chinesa, à medida que os estímulos do governo são aliviados, e pela alta nos juros dos Treasuries, os títulos da dívida pública dos EUA.