Washington, 29 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou nesta sexta-feira ao "bom senso" para alcançar um acordo sobre a dívida, enquanto os legisladores seguem longe de um consenso, depois que o Senado, de maioria democrata, rejeitou a proposta republicana, que tinha sido aprovada na Câmara dos Representantes.
Em uma nova tentativa de pressionar os congressistas e evitar a moratória antes da data limite de 2 de agosto, Obama voltou a fazer um pronunciamento à população no qual pressionou os legisladores a obterem um "compromisso bipartidário".
"Há muitas crise que não podem ser previstas, mas a solução desta está em nossas mãos", disse o presidente americano, antes da votação do plano apresentado pelo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner.
Obama apelou ao "bom senso" e exortou os membros do Congresso a encontrarem os "pontos em comum" dos planos apresentados. No entanto, aproveitou seu discurso para criticar o projeto de Boehner, por considerar que fará "reviver este debate em poucos meses".
O plano de Boehner prevê um corte nas despesas de quase US$ 1 trilhão nos próximos dez anos e permite elevar o teto da dívida, atualmente em US$ 14,3 trilhões, até o fim deste ano, mas obrigaria uma nova votação no início de 2012.
A proposta necessitava dos votos de dois terços dos 435 deputados para seguir adiante, e acabou alcançando 218 votos a favor e 210 contra. Nenhum dos representantes democratas votou a favor e 22 republicanos manifestaram-se contra.
Os democratas e Obama exigem um acordo mais amplo, que inclui cortes de US$ 2,2 trilhões na próxima década e permite aumentar o teto de dívida até 2013, evitando assim um novo debate no próximo ano, no qual Obama tentará sua reeleição.
Uma vez aprovada, a Casa Branca afirmou que a proposta republicana estava "morta" antes de chegar ao Senado, o que de fato aconteceu.
O Senado aprovou uma medida, por 59 votos a favor e 41 contra, para bloquear o plano, por considerar que não se ajusta às necessidades do país.
Os republicanos, por outro lado, ameaçaram contra-atacar quando for votado na Câmara o plano introduzido pelo líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.
Este sábado, a Câmara de Representantes se reunirá no início da tarde para votar a proposta de Reid, no que será outra votação sobre linhas partidárias de rejeição ao plano democrata.
As próximas 72 horas serão definitivas para tentar chegar a um acordo a tempo de poder completar os procedimentos antes de 2 de agosto, data limite assinalada pelo Departamento do Tesouro para evitar cair em moratória.
O Tesouro dos EUA reiterou que nessa data o Governo ficará sem fundos para fazer frente a suas obrigações, pelo que, se não for aprovada a alta do teto da dívida, deverá decidir a quem pagar e a quem não pagar. EFE