Damià S. Bonmatí.
Washington, 19 mar (EFE).- Os supermercados dos Estados Unidos começaram a bolar medidas de segurança para acabar com os roubos de um determinado detergente líquido que se multiplicaram por todo o país nos últimos tempos.
É o caso de Patrick Costanzo, morador do estado de Minnesota, que nos últimos 15 meses roubou garrafas de detergente no valor de US$ 25 mil e que, nesta semana, foi declarado culpado pelos furtos, registrados pelas câmaras de segurança, segundo a imprensa local.
As ações dos ladrões têm parâmetros similares. Os roubos são cometidos por reincidentes, que furtam várias garrafas ao mesmo tempo, sozinhos ou em grupo. Eles usam o carrinho de compras para levar os detergentes até o estacionamento, onde, próximos dali, comparsas esperam em um carro para a fuga.
Os ladrões levam sempre garrafas de uma determinada marca, que custa entre US$ 9 e US$ 20 a unidade. O produto já é chamado de "líquido de ouro" e seu elevado preço - apontam os vendedores - explica o fenômeno. O detergente líquido é vendido com facilidade no mercado negro e a preços muito mais acessíveis.
"Aparentemente, é mais uma atividade do mercado negro", apontaram os responsáveis do site especializado em consumo a varejo "The Consumerist".
Um policial do estado Maryland declarou à rede "CNN" que existem casos em que as garrafas de detergente são usadas como moeda de troca no tráfico de drogas.
A companhia fabricante declarou por escrito não ter "nenhuma ideia da razão destes saques", mas os qualificou como algo "lamentável".
Alguns supermercados anunciam medidas para combater o problema. A rede de lojas CVS começou nas últimas semanas a instalar chips eletrônicos nos frascos de detergente líquido desta marca.
Outras redes trabalharam em conjunto com a Polícia. As autoridades prenderam 12 pessoas supostamente vinculadas aos roubos de detergente em um supermercado que declarou ter perdido milhares de dólares com os furtos.
Apesar da repercussão recente, os varejistas americanos asseguram que os saques acontecem há anos, mas que aumentou nos últimos tempos.
Jennifer King, que gerencia um blog sobre economia nas compras, o "Spend less, shop more" (Gaste menos, compre mais), pediu aos consumidores que evitem recorrer ao detergente do mercado negro.
"Estes negócios são uma fraude", declarou Jennifer.
Os itens mais roubados nos supermercados americanos são carne, produtos com chocolate, queijo, especiarias e leite em pó. EFE