Madri, 29 abr (EFE).- A Repsol investirá 28,5 bilhões de euros
deste ano até 2014, principalmente para desenvolver suas últimas
descobertas de petróleo e gás, que permitirão crescer "aos dois
dígitos", com previsão de investimentos para o Brasil, disse hoje
seu presidente, Antonio Brufau.
A apresentação do Plano Horizonte 2014 de Repsol coincidiu com a
publicação das contas do primeiro trimestre, no qual a empresa
lucrou 688 milhões de euros, 30% a mais que no mesmo período de
2009, principalmente devido à recuperação dos preços do petróleo
(71,1% no caso do Brent) e devido ao aumento da produção de
hidrocarbonetos (10,4%).
No Brasil, a companhia prevê aplicar entre US$ 4 bilhões e US$ 5
bilhões até 2014 para extrair o petróleo cru, e entre US$ 6 bilhões
e US$ 9 bilhões a partir de 2014.
Para financiar este investimento, a Repsol, como já anunciou em
novembro, estuda incorporar acionistas "minoritários" aos projetos
no país, nos quais manterá o "controle", disse Brufau, que
acrescentou que encarregou vários bancos de investimento que
analisem a melhor forma de fazê-lo.
Uma das possibilidades é retirar da bolsa parte das ações da
Repsol Brasil nos mercados indicados pelos analistas, reiterou
Brufau, que não descartou a incorporação de alguma petrolífera em
países como os Estados Unidos.
Com relação aos dividendos, Brufau confiou na retomada do
crescimento (que deixaram de fazer em 2009) e disse que, se cumprida
à hipótese dos preços e margens nas quais se baseia o plano
estratégico, a retribuição ao acionista poderia crescer anualmente
10%.
A nova estratégia Horizonte 2014 da Repsol foi desenhada para
adaptar o Plano 2008-2012 (que inicialmente previa investimentos de
32,8 bilhões de euros que em 2009 sofreram cortes de 25 bilhões de
euros) a seus "sucessos exploratórios sem precedentes dos últimos
dois anos" e às mudanças originadas pela crise econômica mundial.
No plano, para 2014 estão previstos cortes no valor de 4,5
bilhões de euros e se mantém a intenção de vender parte de YPF e
ativos não estratégicos, ao tempo que se reserva a opção de
materializar valor através de "desinvestimentos seletivos".
Outra vez às contas do primeiro trimestre, o resultado
operacional melhorou 61%, aos 1,538 bilhão de euros, em tanto que a
produção de hidrocarbonetos subiu 10,4%, para os 350.321 barris.
O lucro líquido ajustado CCS (que não leva em conta a valorização
das reservas) subiu 17,1% e ficou em 434 milhões de euros.