Davos (Suíça), 27 jan (EFE).- O presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou nesta quinta-feira que "o euro é a Europa" e que a Europa nunca deixará o euro cair, em um discurso no Fórum Econômico de Davos.
"Nem a chanceler alemã, Angela Merkel, nem eu deixaremos nunca o euro cair", enfatizou Sarkozy, que falava na qualidade de presidente do Grupo dos Oito (G8, que reúne os principais países ricos e a Rússia) e do Grupo dos Vinte (G20, que agrega os países mais ricos e os principais emergentes) a uma plateia composta por líderes políticos e econômicos.
"Há alguns meses, havia muitas reportagens sobre o perigo que o euro corria, mas agora as reportagens desapareceram e o euro permanece", afirmou o presidente francês.
Sarkozy também se dirigiu aos que "conhecem menos" o continente para fazê-los compreender que "o euro é a Europa". "A Europa significa 60 anos de paz, por isso nunca deixaremos que se destrua o euro".
O presidente francês acrescentou que "se a Europa se transformou em um lugar de paz, é por conta da União Europeia e do euro".
Sarkozy se referiu aos obstáculos que o G20 enfrenta para resolver os problemas "difíceis, complexos e múltiplos" após a grave crise econômica e financeira global, e ressaltou que o único modo de obter soluções é "deixar de lado as reações viscerais".
"Devemos nos abster de todos os mal-entendidos, de atuar cada um de acordo com sua ideologia", afirmou.
O chefe de Estado assinalou que apesar de as previsões para o ano passado terem sido muito pessimistas, o crescimento mundial foi próximo a 5%, frente a um crescimento médio de 3,5% nos últimos dez anos, o que dá margem ao otimismo.
No entanto, disse que para o 2011 há três grandes riscos identificados: as dívidas soberanas, os desequilíbrios monetário e financeiro e o risco de explosão dos preços das matérias-primas.
Sarkozy também apontou para a necessidade de se modificar o equilíbrio de poder e qualificou de "profundamente irracional" o fato de não haver países africanos, latino-americanos e potências emergentes como a Índia e África do Sul como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. EFE