BRASÍLIA (Reuters) - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira parecer favorável ao prosseguimento do processo que pede a cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que agora será investigado pelo órgão.
O parecer pela admissibilidade do processo, de autoria do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), foi aprovado por 11 votos a 9.
"Cunha não tem outro caminho a não ser renunciar", avaliou o deputado Zé Geraldo (PT-PA), um dos integrantes do colegiado.
A derrota de Cunha no Conselho de Ética, após uma série de idas e vindas que adiou a análise do parecer preliminar por cerca de 20 dias, acontece no mesmo dia em que a Polícia Federal fez buscas nas residências do presidente da Câmara, no âmbito da operação Lava Jato. [nL1N1440CK]
Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras (SA:PETR4) quando negou ter contas bancárias no exterior. Documentos dos Ministérios Públicos dos Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas em nome de Cunha e de familiares no país europeu.
A definição sobre o processo contra ele no Conselho, no entanto, deve ficar para 2016, já que os advogados do presidente da Câmara terão prazo de 10 dias úteis para apresentar defesa após serem notificados sobre a decisão do conselho.
Além do processo que pode resultar em sua cassação no Conselho de Ética, Cunha também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob acusação de receber 5 milhões de dólares de propina em esquema de corrupção envolvendo a Petrobras e também responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal devido às contas bancárias na Suíça.
(Reportagem de Leonardo Goy)