Washington, 24 mai (EFE).- A Volkswagen voltará a produzir veículos nos Estados Unidos, após um hiato de 23 anos, com a inauguração oficial nesta terça-feira da unidade de montagem de Chattanooga, onde será fabricado um novo modelo do Passat destinado ao mercado americano.
A montadora alemã investiu US$ 1 bilhão na fábrica que o presidente do Conselho de Administração da Volkswagen, Martin Winterkorn, disse ser uma das mais ecológicas do mundo e que servirá para impulsionar a empresa ao posto de principal fabricante de automóveis do mundo até 2018.
Winterkorn, que participou da cerimônia de inauguração de Chattanooga junto com o secretário de Transportes dos Estados Unidos, Ray LaHood, e o presidente da Volkswagen nos EUA, Jonathan Browning, acrescentou que, a partir de agora, "a Volkswagen está mais do que nunca em sua casa nos Estados Unidos".
Segundo Winterkorn, a Volkswagen fez "grandes promessas aos Estados Unidos" em 2008 e a montadora alemã as cumpriu com a abertura da fábrica de Chattanooga, garantindo o emprego direto de 2 mil pessoas e a produção do novo Passat, "um carro feito por americanos, para os Estados Unidos".
A fábrica de Chattanooga, cidade localizada no estado do Tennessee, tem capacidade para produzir 150 mil veículos por ano. Além da criação direta de 2 mil empregos, serão criados outros 9,5 mil postos de trabalho indiretos no país, uma vez que 85% das peças do Passat serão produzidas no Tennessee por empresas locais.
Um dos detalhes da fábrica é a utilização de um processo de pintura de automóveis que reduz em 20% as emissões de dióxido de carbono. Além disso, Chattanooga utilizará menos água que qualquer outra fábrica de montagem similar no mundo.
A oficina de pintura de Chattanooga é a primeiro do mundo a utilizar um processo de separação para a camada superior sem necessidade de água e, além disso, a fábrica recolhe e utiliza a água de chuva para o processo industrial.
Em relação ao sistema de iluminação, será a primeira fábrica da Volks que funciona totalmente com LEDs (Díodos Emissores de Luz) para a área externa. No total, Chattanooga requer 20% menos eletricidade para seu sistema de iluminação que fábricas similares.
"Hoje é um grande dia para Volkswagen, para o Tennessee e para os Estados Unidos", declarou Ray LaHood, que também elogiou a decisão da montadora de produzir em Chattanooga uma versão do Passat com um motor diesel limpo.
LaHood declarou que num momento em que um motorista americano pode gastar US$ 60 e US$ 70 para encher o tanque de seu veículo, o setor automotivo "vive um momento de transformação" e "o diesel limpo deve fazer parte desse momento".
O secretário de Transportes americano acrescentou que o Passat a diesel consome entre 5,8 e 4,7 litros a cada 100 quilômetros, e emite 30% menos gás carbônico que veículos semelhantes.
O novo Passat, revelado em janeiro deste ano, foi desenhado especificamente para o mercado americano. É mais amplo e espaçoso que o modelo europeu e custará cerca de US$ 20 mil. O veículo estará disponível com três motores: um de 2,5 litros de gasolina, um de 2 litros de turbodiesel e um VR6 de 3,6 litros.
Com este veículo, a Volkswagen quer competir no segmento mais disputado do mercado americano, o dos sedãs médios. Seus rivais são o Toyota Camry (o sedã mais vendido nos EUA durante mais de uma década), o Ford Fusion e o Chevrolet Malibu, entre outros.
Os diretores alemães ressaltaram que a fábrica de Chattanooga é peça-chave do ambicioso plano de transformar a Volkswagen no principal fabricante mundial de automóveis. A montadora quer vender 800 mil veículos por ano nos Estados Unidos até 2018.
A Volks, que tem cerca de 600 concessionárias nos EUA, vendeu 256.830 veículos em 2009 no país, 20,3% a mais que em 2009. O veículo mais vendido foi o modelo Jetta, com 123.213 veículos, enquanto foram vendidas 12.497 unidades do Passat. EFE