Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro negou nesta segunda-feira que tenha pedido ajuda ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de outubro durante reunião bilateral reservada que tiveram na semana passada.
"Não existe isso daí", disse ele, durante entrevista nesta manhã à Rádio CBN de Recife, ao ser perguntado sobre notícias que afirmavam que ele havia feito o pedido a Biden. Bolsonaro classificou a notícia como "especulação" e disse ter tratado sobre vários assuntos com Biden, recusando-se a dar detalhes.
Segundo Bolsonaro, o que conversou com Biden na reunião reservada à margem da Cúpula das Américas "não sai de mim". A informação sobre o pedido de ajuda eleitoral foi publicada inicialmente pela Bloomberg.
O presidente disse que Biden falou que quer colaborar com a preservação da Amazônia e que o líder norte-americano fez um mea culpa, dizendo que os EUA destruíram suas florestas. Bolsonaro classificou disse que Biden teve uma "posição equilibrada".
ELEIÇÕES
Em novo ataque à cúpula do Poder Judiciário, Bolsonaro afirmou que querem dar "um golpe" para tirá-lo do poder e disse que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, é "petista" e "lulista" e que deve favores ao ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro.
"Por que devo acreditar nele?", questionou, ao repetir uma série de acusações sem evidências sobre o sistema eleitoral. O próprio Bolsonaro disse em alguns momentos da entrevista que não tinha como provar as alegações que fazia.
Procurado, o TSE não respondeu de imediato ao pedido de comentário.
Fachin, que é relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, já rebateu anteriormente esses tipos de críticas de Bolsonaro. As decisões do ministro do STF que anularam as condenações de Lula foram todas confirmadas posteriormente por órgãos colegiados.